OPINIÃO

Decência fingida é hipocrisia

Por Pedro Valentim |
| Tempo de leitura: 2 min

Não podemos generalizar, no entanto, vivemos numa sociedade que costuma pregar uma coisa, mas praticar outra. De cujo ventre social brota um numeroso exército de "Gersons", cuja principal característica é levar vantagem, nem que para isso pisem na própria família ou prejudiquem a vida de terceiros. Por exemplo: o comerciante do Rio de Janeiro que comprou e revendeu carnes que estavam submersas devido às enchentes no Rio Grande do Sul é a realidade do nosso vil cotidiano. Aliás, nessas enchentes alguns passaram a vender galões de água de 20 litros a 300 e 400 reais.

Ou seja, pouco se lixando com as agruras que passavam os desabrigados e só pensavam nos próprios bolsos. E poderíamos citar milhares de outros exemplos deste tipo de perversidade e insensibilidade humana. E os nossos políticos não são extraterrestres vindos da galáxia de andrômeda. Pelo contrário, são imagem e semelhança de nossa sociedade. E cada povo tem a classe política que merece. Embora seja justo apontar que em todas as instituições, entidades, empresas, grupos e setores do Brasil tem os bons e os maus intencionados. E honestos e ladrões existem na direita, no centro e na esquerda.

Vira e mexe pintam alguns setores que no discurso gostam de se arvorar de uma decência que na maioria das vezes costuma ser fingida. Mas o tempo é o senhor da razão e da verdade e logo se encarrega de desmascará-los.

Não precisamos ir longe! Tínhamos um segmento político no Pais que posava de 'virgem santa' da política nacional e criticava tudo e a todos. E tinham a 'fórmula mágica' para resolver todos os males da Nação.

Ganharam a eleição e passaram a governar o poder central e viram e sentiram que era bom. Não precisou muito tempo para demonstrarem que de 'virgem santa' não tinham nada e mais se assemelhavam a 'Maria Madalena' antes do arrependimento. E atualmente estão em lua de mel com o Centrão, outrora tão criticado em governos anteriores quando eram oposição. Lógico que tem as exceções e toda generalização é injusta.

Aqui em Bauru apontaram um suposto nepotismo que não teve êxito jurídico na análise do Ministério Público e na decisão do Poder Judiciário local que se baseou em súmula do STF. O interessante é que são representantes e alguns são parlamentares de partidos políticos que governam o Brasil e os Estados. E nunca questionaram as várias esposas de ministros e de secretários estaduais que estão nomeadas nas agências centrais e nas estatais ganhando até 100 mil por mês.

Ou seja, é a velha e surrada filosofia do 'faça o que digo, mas não faça o que faço'. Por isso, desconfiem de todos aqueles que se travestem de vestais da moralidade. E em todos os lugares em que há homens e mulheres tem acertos e erros.

Tem honestidade e desonestidade. O resto é decência fingida e hipocrisia.

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