
O sonho da casa própria está no horizonte de 9 em cada 10 brasileiros que ainda não são proprietários do imóvel em que moram, mostra pesquisa Datafolha. Esse é um desejo que atinge 97% dos mais jovens, de 16 a 34, mas é alta a porcentagem também entre os maiores de 60 anos: 83% dos que não são donos de suas casas sonham em sê-lo.
No total, quase dois terços (65%) dos brasileiros já possui a casa em que mora. São 29% os que pagam aluguel e outros 5% moram num imóvel cedido. A fatia dos que moram em casa alugada decresce com a idade: 38% dos que têm de 16 a 24 anos, 37% dos 25 aos 34 anos, 31% dos 35 aos 44 anos e 22% a partir dos 45 anos de idade.
Os dados do instituto mostram que, quanto menor a renda dos que ainda não são proprietários, maior a vontade de comprar um imóvel. Entre as classes D e E, por exemplo, 96% dos entrevistados que moram em casa alugada ou cedida revelaram o desejo de ter um imóvel, percentual que cai para 85% nas classes A e B.
No comparativo regional, 98% dos residentes nordestinos que ainda não são proprietários desejam a casa própria, enquanto no Sudeste essa parcela é de 91%.
Do sonho para a intenção concreta de ir ao mercado imobiliário, porém, há uma distância: são 52% os que têm planos concretos de comprar sua casa própria, enquanto 48% dos não proprietários ainda não tomaram essa decisão.
Além disso, 38% dos que já possuem a casa em que moram têm planos concretos de comprar outro imóvel residencial para se mudarem. A intenção é mais presente entre os que têm de 16 a 24 anos (61%) e na faixa de 25 a 34 anos (53%). Os números revelam também a vontade dos mais jovens de deixar a casa dos pais, já que a pesquisa considera como casa própria o imóvel da família.
Considerando todos os brasileiros, 43% pretendem comprar uma casa, sendo que, destes, 57% querem fazer negócio em até três anos, e 24%, ainda neste ano.
Entre jovens de 16 a 24 anos, 57% têm planos de comprar um imóvel residencial, índice similar ao registrado na faixa de 25 a 34 anos (55%). Na parcela de 35 a 44 anos a taxa de intenção de compra é de 45%, recuando para 37% entre quem tem de 45 a 59 anos e para 25% entre os mais velhos, com 60 anos ou mais.
Segundo o Datafolha, entre os que ainda não têm a casa própria, quanto maior a renda, maiores são os planos para a aquisição de um imóvel. Na faixa de renda familiar mais baixa, com ganhos de até 2 salários mínimos, 36% têm planos de comprar um imóvel, ante 46% na faixa de renda de 2 a 3 salários, 56% na faixa de 3 a 5 salários e 50% no grupo com renda acima de 5 salários.
O Datafolha também perguntou aos entrevistados se consideram mais vantajoso financeiramente morar em imóvel próprio ou em uma casa alugada. Os resultados vão na direção contrária dos conselhos de planejadores financeiros, para quem, levando em conta apenas os números, há mais ganhos em pagar aluguel: 94% dos brasileiros disse acreditar que compensa mais, financeiramente, comprar a casa própria.
O instituto ouviu presencialmente 2.020 pessoas acima dos 16 anos em todo o país, entre os dias 9 e 11 de janeiro. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.
Mais de 25% dos brasileiros planejam se mudar de casa em 2025
Dados da pesquisa Datafolha sobre o mercado imobiliário mostram que 28% dos brasileiros pretendem se mudar de casa neste ano. São 19% os que querem se mudar dentro da mesma cidade, 4% os que planejam mudar de cidade dentro do mesmo estado, outros 4% os que esperam se mudar de estado e 1% dos brasileiros almejam trocar de país.
A intenção de mudança neste ano é maior entre os mais novos. Enquanto 82% dos brasileiros com mais de 60 anos não pretendem deixar a residência em que moram, na fatia dos de 16 a 34 anos são cerca de dois terços os que vão ficar onde estão, quanto um terço deles têm planos de se mudar em 2024.
Os brasileiros de maior renda são os mais que mais pensam em trocar de casa em 2024: 42% dos que ganham mais de cinco salários mínimos por mês (R$ 7.590) disseram ter esse plano, enquanto 27% dos que ganham até dois salários mínimos (R$ 3.036) esperam se mudar neste ano.
Quase um terço (30%) da classe A/B disse que espera trocar de casa neste ano, porcentagem semelhante à da classe C (29%), enquanto na classe D/E um quarto (25%) pretende se mudar até dezembro.
Estão muito mais propensos a se mudar neste ano os brasileiros que ainda não são donos de sua residência: 45% deles tem planos de trocar de casa, contra 19% dos que já possuem uma casa.
Considerando os brasileiros que já tomaram a decisão de adquirir um imóvel residencial -43% dos entrevistados-, 45% deles pretendem se mudar de casa neste ano, ou seja, comprar um imóvel diferente daqueles em que estão no momento. Almejam ficar na mesma cidade 31% desses brasileiros potenciais compradores.
O desejo dos brasileiros de comprar um imóvel reforça dados do setor, que apontam um mercado aquecido e que teve no ano passado o segundo maior volume de financiamentos desde 2020, chegando a R$ 312,4 bilhões de crédito liberado em financiamentos, segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
Ao todo, foram financiados 568,2 mil imóveis com recursos da poupança, alta de 13,8% em relação a 2023. Pesaram neste avanço do setor a baixa nos juros ao longo do ano e o mercado de trabalho aquecido.