EM BAURU

MDB ganha poder inédito sob Suéllen

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Douglas Willian
Rodrigo Mandaliti, presidente do MDB Bauru, vê no crescimento do partido resultado de credibilidade
Rodrigo Mandaliti, presidente do MDB Bauru, vê no crescimento do partido resultado de credibilidade

O MDB em Bauru nunca teve tanto poder como agora, no segundo mandato da prefeita Suéllen Rosim (PSD). A legenda presidida pelo empresário Rodrigo Mandaliti ampliou sua presença para dentro e para fora da administração neste ano. Está na Câmara, no Palácio das Cerejeiras e também nas autarquias.

No âmbito da administração direta, a legenda tem nas mãos hoje a Secretaria de Educação, chefiada pelo ex-deputado Walter Vicioni (MDB), e indicou a atual secretária de Planejamento, Rafaela Foganholi - que sucedeu Renato Purini. Ao JC, Mandaliti disse que não teve influência sobre a indicação de Vicioni (leia mais a baixo).

Dá para pôr nesta conta ainda a Secretaria de Esportes, cujo titular, Roger Barude, é muito próximo a Mandaliti, embora a pasta não seja considerada da cota emedebista.

Na indireta, por sua vez, o MDB tem em Purini a presidência do Departamento de Água e Esgoto (DAE) e costurou a nomeação do advogado Hudson Antônio do Nascimento Chaves, que defende Purini em ações judiciais e é amigo pessoal de emedebistas, à diretoria da Fundação Procon.

NA CÂMARA

Dentro da Câmara Municipal a situação é igualmente favorável ao MDB de Bauru.

A presidência do Legislativo, por exemplo, é do emedebista Markinho Souza. A liderança de governo também: está personificada no vereador Sandro Bussola, que preside ainda a Comissão de Economia - a segunda mais estratégica da Casa. Bussola dirige ainda o colegiado de Direitos Humanos.

Mais importante de todas, a legenda encabeça a presidência da Comissão de Justiça, chefiada pelo correligionário Mané Losila, que está à frente também do colegiado de Obras.

A capilaridade do MDB dentro do governo atingiu patamares inéditos em 2025 - e não vistos, aliás, há muito tempo em Bauru - e consolida o apoio integral da legenda após um triênio de idas e vindas emedebistas no âmbito da administração.

A legenda, afinal, integrou o que se chamava de "base gelatinosa" do governo até o final de 2023, quando a prefeita Suéllen nomeou Purini à Seplan. O ex-vereador antes chefiava a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedecon), pasta que o MDB sempre considerou insuficiente - seja pelas limitações orçamentárias, seja pelas executivas.

Em março daquele ano a sigla chegou a enviar recados indiretos ao governo. "O vereador Miltinho Sardin comentou na semana passada que as pessoas só criticam a prefeitura, só reclamam do governo. Mas da maneira como as coisas acontecem, fica difícil reconhecer as boas ações", afirmou Mané Losila em discurso na Câmara naquele mês.

Depois, com presença cada vez maior no Palácio das Cerejeiras, críticas foram gradativamente reduzidas até a consolidação do apoio com Purini na Seplan. Em conversas reservadas ou mesmo em entrevistas, emedebistas sempre disseram que a presença da legenda no governo visava ajudar na elaboração de políticas importantes.

A legenda chegou a sondar a possibilidade de indicar o candidato a vice na vitoriosa chapa que concorreu à reeleição encabeçada por Suéllen, mas as conversas não foram para frente ante a recondução de Orlando Costa Dias (PP) ao cargo.

De qualquer forma, o próprio presidente do MDB Rodrigo Mandaliti já admitiu ter feito um acordo para que a prefeita o apoie em 2026 numa possível candidatura sua a deputado estadual.

Não se trata de 'poder', mas de pessoas, diz Suéllen

A prefeita Suéllen Rosim (PSD) disse ao JC no final da tarde desta quarta-feira (5) que a presença do MDB no governo não representa "poder, mas pessoas" cujos perfis são adequados aos cargos que ocupam.

"O MDB se colocou à disposição desde janeiro de 2021. Se colocou à disposição para ajudar o governo e depois para integrá-lo. A gente construiu uma relação de confiança e está tudo certo", afirmou a prefeita, que rejeita qualquer hipótese sobre mudar de partido.

"Sigo no PSD", garantiu, ao final.

Leia Também:

Partido tem credibilidade, diz Rodrigo Mandaliti

Comentários

Comentários