OPINIÃO

Impressos e boas impressões

Por Adilson Roberto Gonçalves | O autor é pesquisador na Unesp – Rio Claro
| Tempo de leitura: 1 min

O ano novo começa com duas boas notícias: o aumento da fração do que se chama classe média no conjunto econômico da população, e o prêmio de Fernanda Torres como melhor atriz no Globo de Ouro, pela atuação no filme "Ainda estou aqui". Outros desejos, no entanto, ficarão para ao longo dos doze meses, mas as impressões iniciais são boas.

Na reunião familiar do feriado inicial do ano, meu sobrinho pediu para ver um dicionário, pois não sabia o que era. Foi direto no volume maior sobre a mesa, mas era a biografia do Fernando Pessoa, escrita por Richard Zenith. Fui à biblioteca e peguei o dicionário da Academia Brasileira de Letras - era o que estava à mão.

Não queria consultar nenhuma palavra em particular, apenas ver como era aquela ferramenta de papel. Folhear um livro impresso é atividade que precisa ser apresentada aos jovens, da mesma forma que filmes como "Ainda estou aqui", para mostrar a eles o que foi a ditadura no país.

Nessa toada, o Estadão fez uma matéria sobre a Encyclopaedia Britannica, que migrou do impresso para o digital, com ganhos financeiros que a manteve ativa. Eu tenho uma Britannica, edição 1989, comprada quando ainda era estudante de pós-graduação, com recursos economizados da bolsa e dos bicos que fazia.

A compra feita diretamente no escritório da editora em São Paulo causou espanto em meu futuro sogro, mas é patrimônio cultural que preservo até hoje.

A migração para a consulta digital não extinguiu o contato com o papel, que ainda continua mais confiável para as questões históricas. Uma boa impressão que permanece!

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