Neste primeiro domingo do Ano da graça de 2025 a Igreja celebra a festa da Epifania do Senhor. Epifania é uma palavra que vem do grego e significa "manifestação". Então, simplificando, na Liturgia Epifania é a manifestação de Jesus aos Reis, chamados de Magos, que chegaram a Belém atraídos desde o Oriente por uma estrela que lhes apareceu no céu e, segundo seus conhecimentos, despontara como sinal do nascimento de um Salvador, Rei dos Judeus, a quem desejavam adorar. Essa epopeia, aventura fabulosa dos Reis Magos, São Mateus a conta, conforme o trecho evangélico da santa Missa deste domingo, Mt 2,1-12, como complemento do mistério do Natal, com a intenção de dar a conhecer que Jesus nasceu para a humanidade toda. Não só aos judeus, mas, dando-se a conhecer aos três Reis do Oriente, manifestou-se aos povos do resto do mundo. A intenção também era demonstrar que Jesus é "luz dos povos" e "Rei Messias, enviado ao mundo para iluminar e reinar como quem tem realeza, divindade e imortalidade, em suma, todo o poder para salvar a humanidade do pecado e de todas as suas consequências. Eis o significado dos presentes que aqueles Magos ofertaram ao Menino recém-nascido, depois das peripécias da longa e difícil viagem até Belém, a fim de adorá-Lo: incenso tendo em vista a sua divindade, ouro a sua realeza e mirra a sua imortalidade. Ligando-se ao Evangelho a primeira leitura, Isaias 60, 1-6, fala da glória que descerá a Jerusalém ao despontar no céu uma grande luz que é o Cristo, o Messias Salvador. Ele será luz para a nova Jerusalém, a Igreja e toda a humanidade. Na segunda leitura, Efésios 3,2-3,5-6, São Paulo desvenda este mistério ao efésios: "Os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Evangelho". Mistério este que é a boa-nova, o santo Evangelho.
A Epifania, como festa da manifestação da salvação de Deus em Jesus Cristo, é conhecida também como "festa das luzes", "festa de toda a gente que espera por Deus", "festa da manifestação do amor universal de Deus", "festa dos Santos Reis". A doutrina nos ensina que, depois da subida de Jesus aos céus, a Igreja tornou-se a estrela de Belém que brilha nos horizontes do mundo para anunciar, apresentar e oferecer Jesus Cristo, Deus Salvador, e convidar todos os homens e mulheres a tornarem-se seus discípulos missionários. A missão da Igreja é, portanto, anunciar a alegria do Evangelho. Por isso, o Papa Francisco, recentemente, se expressou dizendo: "A alegria do Evangelho enche o coração e a vida daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus renasce sem cessar a alegria" (Papa Francisco, na Evangelii Gaudium).
Reportando-nos às Folias de Reis lembremos que elas são festas religiosas de tradição rural antiga que representam o nascimento de Jesus, recitando-o em verso, cantando-o em coro, louvando-o com orações, enfim, festejando a apresentação dEle ao mundo focando a figura dos Reis Magos. Ainda hoje e entre nós sobrevivem as Folias de Reis, como iniciativa de fiéis devotos. Eles se apresentam em muitas de nossas comunidades de fé, especialmente no ambiente rural, com suas bandeiras, vestes coloridas, cantos e rezas. Em muitos lugares estes festejos seguem até o carnaval. As Folias de Reis que se apresentam em comunhão com a Igreja são instrumentos importantes de evangelização que merecem todo o apoio. A lição que os Magos nos passam é que devemos ser cada um de nós uma epifania que manifesta Deus aos outros, estrela-luz e estrela-guia para eles, que ilumina o caminho até Ele, para Ele aponta e a Ele conduz. Sejamos nós, então, a partir da nossa fé, a estrela de Belém para os outros.
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