"Viva a República brazileira (sic)" foi a manchete que o jornal carioca Correio do Povo estampou em 16 de novembro de 1889, um dia após a emancipação do Brasil, ainda escrito com Z naquela época, frente à monarqui. A capa original, mais do que histórica, pode ser conferida no Museu Histórico e Militar de Bauru (MHMB), na rua Antônio Alves, 12-83, Centro, de terça-feira a sábado, entre às 8h e às 16h.
Além do viva à República, a capa dizia também "Salve o Exército" e "Viva a Armada", numa referência ao fato de que a Proclamação veio a partir de um golpe militar - daí por que é conhecida também como "Golpe Republicano". Afirmava, por fim, "Viva o Povo Brazileiro!".
A notícia do Correio anunciou o "decreto número um" de 1889, assinado pelo chefe do governo provisório Marechal Deodoro da Fonseca no dia anterior à publicação, que bradou "Fica proclamada provisoriamente e decretada como a forma de governo da nação brasileira - a República Federativa" e deu outras providências.
Entre elas, por exemplo, a nomeação de governadores e chefes de departamentos de polícia. O decreto também indicou os novos ministros do País e subordinou o Exército, a Armada Nacional e as repartições civis e militares ao governo republicano.
A capa do jornal que narra a "virada de chave" na história brasileira chegou em Bauru por acaso. Quem está por trás disso é o presidente do Museu Militar, Jorge Santos, que um dia recebeu uma oferta inusitada de um amigo, Filipe Oliveira, colecionador e entusiasta de artigos relacionados a 1932 - ano da revolução constitucionalista.
"Meu amigo entrou em um sebo em Resende (RJ) e viu uma caixa com livros publicados em 1932. Propôs ao dono do sebo R$100,00 pelas obras. Ao chegar em casa viu que havia vários jornais ali, alguns do século dezenove. Entre eles essa capa da Proclamação da República", explicou Jorge ao JC nesta quinta-feira (14). "Ele me ofereceu os exemplares e eu os expus em nosso museu", acrescentou.
A matéria do Correio do Povo cita o acontecimento como "revolução nacional" e afirma que a missão do novo governo era garantir a ordem pública, a liberdade e os direitos dos cidadãos.
BANDEIRAS
A equipe do Museu Histórico e Militar de Bauru (MHMB) realizou uma palestra para estudantes do Colégio Interativo. Os alunos puderam conferir réplicas desde a primeira Bandeira Ordem de Cristo de 1500 até a atual. O encontro foi no Dia dos Bandeirantes na quinta-feira (14), às 7h, na sede da escola.
O presidente do MHMB e palestrante Jorge Santos afirma que o intuito era oferecer uma pequena aula de história. Durante a explicação, foram relembrados os significados de cada bandeira nacional. "Pavilhão é onde fica a bandeira. Elas eram colocadas nos mastros dos navios para identificar as embarcações. As bandeiras também demarcam a conquista de novos territórios", diz. Jorge conta que a palestra também abordou sobre os bandeirantes, sobre o Dia da Bandeira (19 de novembro) e sobre a Proclamação da República (15 de novembro).