OPINIÃO

Por que a Esquerda tem medo das escolas Cívico-Militares?

Por Fabricio Rodrigues |
| Tempo de leitura: 5 min
Coordenador do MBL

Nos últimos anos, o modelo de Escola Cívico-Militar tem sido alvo de intensos debates no Brasil, especialmente em relação à sua constitucionalidade, que está sendo analisado pelo Supremo Tribunal Federal. A controvérsia ganhou corpo após o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) protocolar uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI), questionando se esse modelo educacional, que mescla elementos de disciplina militar com a formação acadêmica, respeita os direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal de 1988. Contudo, é essencial refletir: até que ponto o que está sendo chamado de "militarização" não é, na verdade, uma forma de resgatar valores essenciais que parecem ter se perdido no sistema educacional tradicional, especialmente após duas décadas de governos da esquerda no Brasil?

Durante os 20 anos em que a esquerda esteve no poder pós-redemocratização, assistimos a uma deterioração alarmante da qualidade da educação no país. Os dados falam por si. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e os resultados das avaliações do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) revelam um quadro preocupante. Escolas que outrora eram respeitadas, com bom desempenho acadêmico, hoje enfrentam crises de indisciplina e evasão escolar. O que deveria ser uma prioridade - a formação de jovens cidadãos bem-educados - transformou-se em um desafio. O PSOL que agora ataca as Escolas Cívico-Militares, tem sua parcela de responsabilidade nessa degradação. Enquanto promove ideologias que muitas vezes deslegitimam a autoridade e o respeito à hierarquia, contribui para um ambiente educacional caótico e disfuncional.

As Escolas Cívico-Militares foram instituídas como uma alternativa a essa crise. Elas têm o objetivo de trazer disciplina, civismo e moralidade ao ambiente escolar, características que se mostraram fundamentais para a formação de um cidadão consciente. Em um país marcado por desigualdades e problemas sociais, essa proposta se mostra não apenas válida, mas necessária. Ao promover um ambiente de respeito e compromisso, as Escolas Cívico-Militares proporcionam um espaço onde os alunos aprendem a importância da ética, da responsabilidade e da colaboração. A questão não é se estamos militarizando a educação, mas sim se estamos, finalmente, proporcionando aos nossos jovens uma formação que os prepare para os desafios do mundo contemporâneo.

As Escolas Cívico-Militares produzem melhores índices de desempenho acadêmico, e os números comprovam isso. Dados do Ministério da Educação revelam que essas instituições frequentemente superam as escolas tradicionais em avaliações como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e o Sistema de Avaliação da Educação Básica. Por exemplo, a Escola Cívico-Militar José de Alencar, em Curitiba, tem se destacado por sua gestão focada na disciplina e no respeito, apresentando resultados significativos em termos de aprendizagem e comportamento. O que é mais valioso: a liberdade de um estudante se rebelar em sala de aula ou a oportunidade de um jovem se tornar um cidadão preparado e engajado?

Em contraste, o legado dos 20 anos de governo da esquerda é visível na realidade de muitas escolas públicas, onde a indisciplina e a falta de respeito à autoridade tornaram-se comuns. O ambiente educacional, longe de ser um espaço de aprendizado e crescimento, transforma-se em um campo de batalha entre alunos e professores. Isso não é apenas um problema de gestão, mas uma consequência de uma filosofia educacional que minimiza a importância da disciplina. A indisciplina que frequentemente compromete o aprendizado em escolas convencionais pode ser drasticamente reduzida nas Escolas Cívico-Militares, criando um espaço mais seguro e produtivo para todos. Não se trata de um regime autoritário, mas sim de um sistema que valoriza a responsabilidade e o respeito mútuo.

Além disso, as atividades extracurriculares, como desfiles e cerimônias cívicas, fortalecem o espírito de equipe e a valorização da pátria, fomentando um senso de pertencimento e identidade nacional. Em tempos em que a desvalorização da cidadania parece ser uma constante, essas iniciativas oferecem aos jovens uma oportunidade de se conectar com valores fundamentais da sociedade. Ao invés de ver a escola como um mero espaço de ensino, os alunos passam a encará-la como um ambiente de formação integral, que abrange o intelecto, a ética e a cidadania.

É fundamental ressaltar que as Escolas Cívico-Militares estão em sintonia com as necessidades contemporâneas da educação brasileira. Ao manter o foco na disciplina, respeito e valores cívicos, elas oferecem uma alternativa viável em um contexto educacional desafiador. Precisamos, portanto, defender e promover esse modelo que já demonstrou resultados positivos em diversas regiões do Brasil. As críticas que surgem, especialmente por parte da Esquerda, não devem ser vistas como um obstáculo, mas como um convite ao debate. Contudo, é um debate que não deve ter como base a ideologia, mas sim a busca pela melhoria da educação e da formação de nossos jovens.

Em suma, a questão sobre as Escolas Cívico-Militares vai além da simples questão da constitucionalidade. Trata-se de uma reflexão sobre o tipo de cidadãos que queremos formar e a sociedade que almejamos construir. A ação da Esquerda no STF não é apenas uma questão legal, mas uma tentativa de cercear a possibilidade de um modelo educacional que busca resgatar valores fundamentais. A Esquerda, ao querer manter a baixa qualidade na educação, faz isso para preservar seu eleitorado, muitas vezes composto por pessoas alienadas e dependentes do estado. Essa situação gera pobreza e talvez seja um dos motivos pelos quais a compra de votos ainda persista no Brasil. O que está em jogo é a formação de uma geração que não apenas obedece, mas que também questiona, que não apenas se adapta, mas que também transforma.

A manutenção e a expansão das Escolas Cívico-Militares é um passo na direção certa para garantir uma educação de qualidade, que respeite a diversidade, mas que também valorize a disciplina e a formação ética de nossos jovens. Portanto, é hora de reconhecer que, em vez de cercear, essas escolas podem e devem ser um símbolo de liberdade e responsabilidade, preparando nossos jovens para um futuro mais promissor e consciente.

O desafio é grande, mas a recompensa de formar cidadãos críticos, responsáveis e engajados na construção de um Brasil melhor é inestimável. E isso só será possível se tivermos coragem de enfrentar os críticos e defender a importância das Escolas Cívico-Militares em nossa sociedade.

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