ECONOMIA

Copom eleva Selic em 0,50 ponto percentual


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Como era amplamente esperado, o Comitê de Política Monetária (COPOM) elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano. No Comunicado, o Copom aumentou o tom de advertência com relação à necessidade do equilíbrio fiscal, citou a deterioração das expectativas, mas não se comprometeu com nenhum outro movimento da Selic. A perspectiva é de mais um aumento de 0,5 ponto percentual na reunião de dezembro.

O que esperar?

Em termos práticos, uma Selic encerrando 2024 a 12% ao ano não será muito diferente de uma taxa de 11,75% em dezembro. A grande incógnita, porém, é até onde irá o aperto monetário a partir do início de 2025. Há muitas incógnitas. Além da troca de comando no Banco Central, no dia 20 de janeiro haverá a posse de Donald Trump. O presidente eleito americano chega com uma plataforma de campanha bem definida a favor do protecionismo, do isolacionismo e do combate à imigração. Essas políticas afetam a inflação e deverão afetar a curva e as expectativas de juros nos Estados Unidos.

Falando em juros americanos: baixa de 0,25 p.p. na taxa entre bancos

O Federal Reserve (Fed) decidiu cortar os juros dos EUA. Com isso, a Fed Funds rate ficou na faixa de 4,50% a 4,75%. De acordo com a decisão do Fomc (sigla em inglês comitê federal de mercado aberto), a ideia é continuar reduzindo suas participações em títulos do Tesouro e títulos lastreados em dívidas de agências e hipotecas de agências e diz estar comprometido em apoiar o emprego máximo e retornar à inflação ao seu objetivo de 2%. Em sua decisão o Fed considerou ainda que indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido. Desde o início do ano, as condições do mercado de trabalho têm geralmente melhorado, e a taxa de desemprego tem subido, mas continua baixa. A inflação progrediu em direção ao objetivo de 2%, mas ainda continua um pouco elevada. "O comitê julga que os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação estão aproximadamente em equilíbrio. A perspectiva econômica é incerta, e o Comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu mandato duplo", diz outro trecho da nota.

Fed Funds rate?

A Federal Funds Rate (ou Fed Funds Rate) é a taxa de juros que os bancos nos Estados Unidos cobram uns dos outros para empréstimos de curto prazo, geralmente de um dia para o outro (o equivalente ao CDI aqui no Brasil). Os bancos precisam manter uma reserva mínima obrigatória junto ao Fed, e quando não têm saldo suficiente, eles pegam emprestado de outros bancos que têm reservas excedentes. A taxa de juros aplicada a esses empréstimos interbancários é a Fed Funds Rate. Essa taxa é crucial porque influencia outras taxas de juros na economia, afetando desde empréstimos pessoais até hipotecas e financiamentos empresariais. Além disso, é uma ferramenta importante para a implementação da política monetária dos EUA, ajudando a controlar a inflação e a estabilizar a economia.

Marco regulatório para os seguros privados

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que cria um marco regulatório para os seguros privados. O texto, que tramitava no Congresso há mais de 20 anos, segue para sanção presidencial. O projeto foi uma demanda do Ministério da Fazenda para melhorar o ambiente de negócios do Brasil. O texto cria um marco legal para o setor de seguro privado, estabelecendo uma série de regras para consumidores, corretores, seguradoras e órgãos de regulação. Ele também estabelece direitos e obrigações das partes envolvidas. O projeto já havia sido aprovado pela Câmara em 2017 e seguiu para análise do Senado. Lá, sofreu modificações que demandaram nova análise pelos deputados. O governo diz que o texto dá mais proteção ao contratante de seguros. Segundo o Ministério da Fazenda, as regras em vigência estão desatualizadas e precisam garantir maior proteção ao segurado.

Cresce o número de empresas em RJ no setor do agro

O setor agropecuário brasileiro registrou um aumento de 20,5% no número de empresas em recuperação judicial (RJ) no terceiro trimestre de 2024, totalizando 264 empresas no período, de acordo com o Monitor RGF de Recuperação Judicial. O avanço foi impulsionado pela queda nos preços das commodities, elevação dos custos de produção e alto nível de endividamento dos produtores rurais. No terceiro trimestre, 39 novas empresas do setor entraram em recuperação judicial, mais que o dobro das 15 do segundo trimestre. No mesmo período, 18 empresas deixaram a recuperação judicial; destas, oito retornaram à operação normal, duas faliram e oito tiveram o registro inativado na Receita Federal.

Mude já, mude para melhor!

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