Não me prenda em sua teia, não me mate com sua magia...
Se não corro em tua veia, se não pulso em teu peito, escorro pelos teus dedos...
Dá então, minha carta de alforria!
Se não for pra me ser inteiro, nada se completa de metades pela metade; Se não for pra ser verdade, se for apenas por vaidade...
Deixa-me ir, deixa-me sonhar ou até mesmo, viver longe de tua sombra que não é alento, mas tão apenas uma espécie de piedade!
Se em teu sonho ocupo espaço, na vida de alguém mais, eu me encaixo... Quem sabe como uma luva, quem sabe não seja feito a semente, uma flor sem espinhos e uma suave chuva?
Quem dirá que será apenas pretensão, quem dirá que sobrevive amor que se sinta apenas de um coração...
Quem dirá que a passear por aí, não seja realidade à espera de mim, alguma forma imperfeita de uma boa ilusão?
Se não sirvo, não vista...
Se não basto, não insista...
Se me pareço causa perdida, pessoa carente e tão digna de tua caridade em forma de carinhos de tuas mãos tão frias?
Me liberta, pois o Sol lá fora somente se levanta para quem desperta e apenas de ser feliz, jamais desista; Rasgue os planos e esse teu maldito véu, devolva todo sonho depositado nesse anel...
Virgem vestal, companheira de meu destino infernal... Vá brilhar intensamente, mas em outro céu!
Devolva a solidão para que eu possa sonhar em paz e sozinho, com a pureza que se possa degustar da genuína pureza do verdadeiro mel.