Onze capitais já elegeram seus prefeitos neste domingo (6). Em outras 15, a decisão ficou para o segundo turno, a ser realizado no dia 27.
É um aumento em relação a 2020. Na última eleição, sete prefeitos foram eleitos no primeiro turno, quando um candidato tem 50% dos votos mais um —contando com Palmas, que, naquele ano, ainda não tinha 200 mil eleitores, prerrogativa mínima para ter duas etapas.
Como a maioria é de prefeitos reeleitos, não houve muitas surpresas. Dez dos 11 eleitos são mandatários que seguiram no cargo.
Já entre as disputas que foram para o segundo turno, houve algumas reviravoltas. São Paulo, Fortaleza e Belo Horizonte tiveram uma eleição acirrada, decidida voto a voto.
Só um não prefeito já eleito
Teresina já elegeu o ex-prefeito Silvio Mendes (União) com 52% dos votos. O resultado pode ser visto como uma surpresa. A aliança do governador Rafael Fonteles (PT) e do ministro Wellington Dias (PT) tinha certeza que emplacaria o deputado estadual Fábio Novo (PT), com apoio de Lula, no segundo turno, mas acabou com 43%.
10 prefeitos reeleitos
Dr. Furlan (MDB), em Macapá, foi o mais bem-sucedido deles, com 85% dos votos. Outros cinco também venceram com folga de mais de 70%:
Arthur Henrique (MDB), em Boa Vista (75%)
Bruno Reis (União), em Salvador (78%)
Eduardo Braide (PSD), em São Luís (70%)
João Campos, no Recife (78%)
JHC (PL), em Maceió (83%)
Outros quatro passaram com um pouco mais de aperto
Eduardo Paes (PSD) teve 60% no Rio de Janeiro
Lorenzo Pazolini (Republicanos), 56% em Vitória
Tião Bocalom (PL), 54% em Rio Branco
Topázio Neto (PSD), 58% em Florianópolis
15 capitais vão para o segundo turno
Campo Grande terá uma disputa feminina. A prefeita Adriane Lopes (PP) enfrenta a ex-vice-governadora Rose Modesto (União). Beto Pereira (PSDB), nome do governador Eduardo Riedel (PSDB) e de Bolsonaro, chegou a flertar com o segundo turno, mas acabou em terceiro. A deputada Camila Jara (PT) ficou em quarto.
Cidade com mais candidatas mulheres, Aracaju tinha expectativa de disputa feminina que não se consolidou. A vereadora Emília Corrêa (PL) enfrentará o seu ex-secretário Luiz Roberto (PDT), nome do Edvaldo Nogueira (PDT) A deputada Yandra Moura (União) ficou em terceiro e Candisse Carvalho, mulher do senador Rogério Carvalho (PT-SE), ficou em quarto.
Em Porto Velho, a ex-deputada Mariana Carvalho (União) enfrenta o ex-deputado Léo Moraes (Podemos). Candidata de sucessão do prefeito Hildon Chaves (União), em uma aliança com o governador Marcos Rocha (União), havia uma expectativa de que ela fosse eleita em primeiro turno.
O prefeito Cícero Lucena (PP) não garantiu a reeleição em João Pessoa. Líder durante todo o período eleitoral, com indicação de vitória no primeiro turno, ele acabou com 49% dos votos e vai ao segundo turno contra o ex-ministro bolsonarista Marcelo Queiroga (PL).
Palmas terá segundo turno pela primeira vez. A deputada estadual Janad Valcari (PL), cotada a ganhar em primeiro turno, enfrentará o ex-prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos). O deputado estadual Júnior Geo (PSDB), nome da prefeita Cínthia Ribeiro (PSDB), acabou em terceiro.
Belém também terá segundo turno. O deputado estadual Igor Normando (MDB), nome do governador Helder Barbalho (MDB), enfrentará o deputado bolsonarista Éder Mauro (PL). O prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), que enfrenta baixa popularidade, ficou em terceiro, com menos de 10% dos votos.
Em Curitiba, o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD) passou em primeiro. Apoiado pelo prefeito Rafael Greca (PSD) e pelo governador Ratinho Júnior (PSD), ele enfrentará a jornalista Cristina Graeml (PMB) - nesta reta final, ela recebeu apoio informal de Bolsonaro, que oficialmente compõe a chapa de Pimentel.
O ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL) enfrenta o ex-deputado Sandro Mabel (União) em Goiânia. O peelista, que substituiu o deputado Gustavo Gayer (PL), deixou para trás a deputada Adriana Accorsi (PT) e o senador Vanderlan Cardoso (PSD) e se consolidou em primeiro, após disparar nas pesquisas com apoio de Bolsonaro. Mabel é o nome do governador Ronaldo Caiado (União).
Reduto bolsonarista, Cuiabá levou um petista ao segundo turno. O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) passou em segundo para enfrentar o colega bolsonarista Abílio Brunini (PL). O deputado estadual Eduardo Botelho (União), que chegou a liderar as pesquisas, desidratou e acabou em terceiro.
David Almeida (Avante) tenta a reeleição em Manaus contra o deputado bolsonarista Capitão Alberto Neto (PL). O ex-deputado Marcelo Ramos (PT) acabou em quinto.
Disputas acirradas
São Paulo passava por uma indecisão. Entre brigas de voto útil, acabaram passando o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), nome de Lula, passaram na disputa mais apertada da cidade. O ex-coach Pablo Marçal (PRTB), que vinha em ascensão, ficou em terceiro. A deputada Tabata Amaral (PSB), em quarto, e o apresentador José Luiz Datena (PSDB), em quinto.
Fortaleza enfrentava um empate triplo nas pesquisas, mas terá um embate de Lula contra Bolsonaro. O deputado estadual Evandro Leitão (PT), alçado pelo ex-governador e ministro Camilo Santana (PT), passou em primeiro, seguido pelo deputado André Fernandes (PL). O também bolsonarista Capitão Wagner (União) acabou de fora, em terceiro, e o prefeito José Sarto (PDT), que teve o grupo político esfacelado, em quarto.
Natal também tinha uma briga entre três nomes. O deputado Paulinho Freire (União), nome do prefeito Álvaro Dias (Republicanos), passou acompanhado da deputada Natália Bonavides (PT), que deixou o ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD) por pouco para trás.
Em Belo Horizonte, o deputado estadual Bruno Engler (PL) enfrenta o prefeito Fuad Noman (PSD). O apresentador Mauro Tramonte (Republicanos), que liderou durante toda a disputa, acabou em terceiro. O deputado Rogério Correia (PT), nome de Lula, amargou a quinta colocação.
Em Porto Alegre, Maria do Rosário (PT) também passou por pouco. Ela chegou a liderar a disputa contra o prefeito Sebastião Melo (MDB), que passou em primeiro, mas viu uma ascensão da deputada Juliana Brizola (PDT), apoiada pelo governador Eduardo Leite (PSDB), esvaziar parte de sua votação.