Candidato a prefeito pelo Agir, o ex-prefeito Izzo Filho afirmou na terça-feira (1) que "Bauru precisa de um tocador de obras, não de um engravatado ou de uma madame".
A declaração foi proferida durante a oitava e última sabatina de candidatos do Fórum de Engenharia, Urbanismo e Cidade, promovido pela Assenag, SEESP, IAB e Crea-SP, com apoio deste JC.
Izzo não poupou críticas à atual administração, que classificou como "uma porcaria", e disse que a cidade regrediu nos últimos anos - a partir, segundo ele, do governo Rodrigo Agostinho. Hoje, argumenta, "Bauru virou terra de ninguém".
Na Saúde, por exemplo, o candidato disse que, se eleito, tomará medidas diametralmente opostas às vigentes.
"Vamos barrar essa terceirização absurda que resolve em nada o problema", afirmou ao comentar as recentes contratações de organizações sociais (OSs). "Eu não sou contra as OSs. Desde que devidamente fiscalizadas, o que não está acontecendo", complementou.
O ex-prefeito também chamou de megalômanas as ideias de se construir um hospital municipal, aposta da prefeita Suéllen Rosim (PSD), ou um Hospital da Criança, como propõe Dr. Raul (Podemos).
"Falta dipirona nas unidades básicas de saúde e tem gente falando em hospital", alfinetou. Izzo lembrou também do Pronto-Atendimento Infantil, no Centro, e criticou o abandono a que o imóvel - hoje em reforma - foi submetido.
"Enquanto isso não vemos os órgãos competentes fazendo seu trabalho", disse, numa crítica velada à promotoria da saúde pública.
Izzo afirmou também ser preciso retomar o papel original da Secretaria de Planejamento (Seplan), cujas atribuições, segundo ele, foram esvaziadas nos últimos anos. "Eu não sei no que a pasta se transformou", observou, ao prometer "mão de ferro para pôr ordem na Seplan".
Morador da Vila Falcão, o ex-prefeito disse que sente na pele o problema da falta de água e revelou que naquela terça-feira completou nove dias sem receber uma única gota em sua casa.
"Isso vem sendo alertado desde o governo Agostinho. Todos os prefeitos desde então, inclusive a atual, sabiam que faltaria água. E ninguém fez o dever de casa", lamentou.
Izzo comentou também o rombo na Fundação de Previdência dos Servidores Municipais (Funprev), cujas contas de 2023 foram rejeitadas pelo Tribunal de Contas de São Paulo (TCE-SP), e afirmou que a dívida pode travar investimentos na cidade. O mesmo vale à dívida bilionária da Cohab, argumentou.
O candidato também afirmou que, se eleito, vai implementar a revisão do Plano Diretor e regulamentar seus instrumentos urbanísticos.
Mostrou ressalva, porém, na criação do instituto de planejamento - uma espécie de banco de projetos que planejem a cidade a curto, médio e longo prazo. Segundo ele, o instituto deve estar vinculado ao gabinete do prefeito para evitar dissonâncias sobre a linha de gestão a ser adotada.