Ganhou as manchetes dos jornais o decreto do controverso e autoproclamado presidente venezuelano de que, este ano, o Natal naquele sul-americano país vizinho será dia 1º de outubro. A esquisitice porém não é inusitada, posto que, em 2013 - ano de seu primeiro mandato presidencial - o mesmo Maduro trouxe as festas natalinas venezuelanas para 1º de novembro e, em 2020, para 15 de outubro.
A data em si é o menos importante, afinal é muito provável que o Messias não tenha mesmo nascido em 25 de dezembro, data mundialmente estabelecida para comemorar a chegada do menino Jesus. O que importa realmente é o motivo, a razão do nascimento.
A palavra Natal etimologicamente remete a nascimento, a algo que surge, que passa a ter existência, que germina, que inicia uma manifestação. Nesse sentido, a presença de Jesus entre nós a partir do ato divino de ser parido de uma virgem, portanto sem a participação da carga de pecado inerente ao ser humano, encaixa perfeitamente. Afinal, seu surgimento transformou o mundo; sua existência é reverenciada até hoje. Ele germinou esperança em corações e mentes, já que é a expressão do próprio Deus manifestado entre os homens.
Jesus veio para nos salvar! Seu ministério terreno não só trouxe ensinamentos perenes, como jogou luz sobre atitudes e comportamentos; sobre inteireza de relacionamentos. Salvação porque estávamos condenados a uma vida desprovida de sentidos e espiritualmente relegada a padrões distantes do que hoje classificamos como éticos. Os ensinamentos revolucionários de Jesus colocaram de cabeça para baixo os nada elogiáveis critérios morais, pessoais e filosóficos admitidos até então, e permanecem atuais. Atitudes e comportamentos são pautados por seus modelo e exemplo. Os relacionamentos, embora distorcidos pela renitentemente pecadora natureza humana, tentam se amoldar aos pregados por Cristo: "Aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração", disse Jesus (Mateus 11:29).
Natal é sempre um renascimento de paradigmas àquele que aprendeu com a mensagem da cruz. Observe como o brilho das mesmas luzes multicoloridas do ano anterior ganha novo significado aos olhos de quem absorveu Jesus e passou a refletir o Seu brilho. O sorriso fácil e agora não mais meramente protocolar irradia uma real felicidade. Os abraços afetuosos e até mais prolongados ganham contornos genuinamente fraternais. Até desnecessários mas eventuais presentes trocados trazem a marca da verdadeira intenção do carinho. O entoado Feliz Natal! já não é mais um mantra rotineiro e desprovido de sentimentos, mas um reflexo da alegria internalizada naquele que cumprimenta e deseja partilhar essa felicidade.
O Natal impostamente antecipado para nossos irmãos da fronteiriça nação tem motivos nada nobres por parte do folclórico mandatário venezuelano. Antes, querem desviar o foco do conturbado e desconfiável resultado das últimas eleições. Mas talvez não seja uma ideia tão ruim assim, se devidamente aplicada. Todos nós podemos antecipar nosso Natal, no sentido de que podemos passar a viver hoje mesmo as maravilhas transformadoras do nascer de Jesus em nós, adotando-o como modelo agora e sempre. O Natal é pedagógico, se tivermos olhos e ouvidos atentos aos ensinamentos do Mestre, uma lição de amor altruísta. Jesus foi enviado para estabelecer o Reino de Deus internamente na vida, no entendimento, na consciência de cada pessoa, de maneira individual.
Não deixe passar esta oportunidade de antecipar o seu próprio Natal. Quando chegar o 25 de dezembro, o brilho de seus olhos, e o sorriso fácil, e o abraço afetuoso já não mais serão momentâneos e nem os mesmos do ano passado. Você verá e viverá!.
IGREJA BATISTA DO ESTORIL
62 anos atuando Soli Deo Gloria