SAÚDE

Dias frios: parvovirose humana gera alerta em relação a cuidados

Por Tisa Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min

Com contágio mais frequente em dias frios, o eritema infeccioso causado pelo Parvovírus B19, doença também conhecida como parvovirose humana, gerou alerta em uma escola de Bauru nesta semana, iniciada com temperaturas mínimas de 7 graus e máximas entre 21 e 22 graus. Após a suspeita de um dos alunos ter contraído a enfermidade, a diretoria da unidade pediu atenção aos pais para o monitoramento de eventuais alterações no quadro de saúde de seus filhos, com recomendação para buscar ajuda médica em caso de sintomas.

A médica infectologista Paula Pinhão destaca que o cuidado é necessário porque, embora em geral não seja uma doença com manifestações graves, pode representar riscos para públicos específicos, como gestantes e pessoas imunossuprimidas. No caso das grávidas, aquelas que nunca tiveram parvovirose e se infectam durante a gestação podem transmitir o vírus para o feto.

Se essa transmissão ocorrer nas primeiras 20 semanas de gravidez, há risco aumentado de abortamento. "Em geral, o próprio sistema imunológico elimina o vírus do organismo, mas mães de crianças que testaram positivo devem se manter afastadas, porque o vírus pode passar pela placenta, atingir o feto e provocar malformações congênitas. Por isso a preocupação das escolas em avisar", pontua Pinhão.

Além disso, pode gerar anemia aplásica, com danos à medula óssea que resultam em anemia profunda do paciente. Considerada uma complicação grave, mas rara, pode afetar qualquer pessoa infectada, com maior risco a pacientes imunossuprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico. A médica explica que o eritema infeccioso é transmitido por meio do contato com superfícies e mãos contaminadas ou gotículas expelidas pelo doente por meio de espirro, tosse, saliva lançada no ato da fala, entre outros.

Maior risco

"Nas escolas, podem ocorrer surtos em qualquer época do ano, mas principalmente em ondas de frio, quando as crianças acabam ficando mais próximas umas das outras, com janelas e portas fechadas, o que propicia a transmissão do vírus. Mas esse controle bem restrito realizado pelas próprias unidades contribui para os pais ficarem atentos, possibilitando o diagnóstico precoce de seus filhos e familiares e, por consequência, a contenção destes surtos", detalha.

A especialista descreve que os sintomas iniciais da doença são febre, dor no corpo, mal-estar e fraqueza, às vezes acompanhados de vômito e diarreia. Por último, surgem erupções cutâneas avermelhadas (exantema ou rash), que podem surgir em todo o corpo, sendo mais frequentes nas bochechas.

O diagnóstico é feito a partir da avaliação clínica do quadro do paciente e pode ser complementada com exame laboratorial específico para detecção da presença de anticorpos contra o Parvovírus B19. "É um exame de sangue fácil de ser coletado", frisa.

Quando a manifestação da doença é benigna, o tratamento, que visa o controle dos sintomas, é feito com o uso de analgésicos ou anti-inflamatórios, dependendo da necessidade do paciente. Não existe vacina para prevenir a parvovirose humana.

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