COLUNISTA

O tamanho do problema

Por Carlos Brunelli |
| Tempo de leitura: 3 min

A Bíblia é repleta de histórias impressionantes; dezenas e dezenas de narrativas espetaculares que aos olhos céticos são fantásticas demais para ser verdade. A arqueologia, porém, tem dado contribuição substancial para comprovar os textos bíblicos e jogar luz sobre tais acontecimentos. Um desses maravilhosos e eletrizantes relatos está no livro de Josué, ao descrever a queda das muralhas de Jericó, importante cidade conquistada pelos hebreus em seu início de jornada pela Terra Prometida.

Estudos arqueológicos descrevem a muralha como uma fortificação construída ao redor da cidade de Jericó, com características singulares. Era composta de dois muros, um externo e outro interno, separados por um vão de cinco metros e interligados por casas construídas diagonalmente sobre eles como a lhes dar travamento, num peculiar, engenhoso e inteligente modelo construtivo. O muro externo possuía dois metros de espessura, o interno quatro e, ambos, dez metros de altura.

O leitor agora precisa se permitir viajar no tempo e imaginar o cenário de buscar transpor essa muralha há mais de 3400 anos, já que a tomada de Jericó pelos hebreus ocorreu por volta de 1400 a.C. As guerras, naquela época, não contavam com o apoio de qualquer tecnologia. Esqueçam os mísseis, os drones, os caças supersônicos, as miras a laser. As batalhas eram travadas no corpo-a-corpo; equipamentos se resumiam a alguns poucos cavalos ou camelos montados pelos principais comandantes dos guerreiros. Como armas, utilizavam apenas flechas, lanças e espadas rudimentares. A estratégia básica era alguns poucos valentes e corajosos passarem para o outro lado dos muros das cidades fortificadas e abrir os portões para a entrada do maior contingente, que permanecia do lado de fora aguardando a ordem de avançar.

Ora, o problema estava posto: como escalar aquela alta muralha sem ser aniquilado pelos soldados que a guardavam com arcos e flechas e grandes pedaços de pedra a serem atirados nos que ousassem se aproximar. Somente uma intervenção poderosa e divina poderia subjugar aquela barreira aparentemente intransponível.

Josué, o líder do povo israelita naquele momento, havia substituído Moisés que morreu antes dos hebreus entrarem na Terra Prometida. Sua ascensão ao comando do povo se deu sob as bênçãos de Deus, que lhe disse: "Assim como estive com Moisés, estarei com você. Tão somente seja forte e corajoso! Não tenha medo nem fique assustado, porque o Senhor, seu Deus, estará com você por onde quer que você andar." (conf. Josué 1)

Então o Senhor deu a Josué instruções específicas de como rodear a cidade, por quantos dias e como agirem ao sinal que seria dado pelo som da trombeta. Assim, simplesmente as muralhas ruiriam aos seus pés e a invasão seria sacramentada. Josué não contestou a palavra de Deus, não duvidou do êxito e nem considerou absurda a forma como se daria a conquista. Simplesmente confiou e fez conforme o Senhor havia ordenado. E as muralhas caíram.

Assim também nós devemos crer nas promessas de Deus, fazendo tudo conforme suas orientações, independente da dimensão do problema que se apresenta em nossa vida. "No mundo tereis aflições", disse Jesus, o filho do Deus vivo. "Mas tenham ânimo; eu venci o mundo" (João 16.33). Não mostre a Deus o tamanho de seu problema; mostre ao problema o tamanho de seu Deus!

IGREJA BATISTA DO ESTORIL

62 anos atuando Soli Deo Gloria

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