Neste domingo a Igreja celebra solenemente a Assunção de Nossa Senhora ao céu, ou seja, a glorificação de Maria, a Mãe de Deus, pois ela foi elevada ao céu depois de terminada a sua caminhada existencial na terra. Se a Bíblia não relata esse evento do mesmo modo como o faz com a Ascensão de Jesus, no entanto, oferece não poucos subsídios para admiti-lo como certo, tanto que esses conteúdos inspiraram a Igreja, desde os primeiros séculos, a que professasse unanimemente essa fé. A teologia foi elaborando uma doutrina consistente que permitiu à autoridade da Igreja definir, muito tempo depois, para todo o orbe católico como verdade de fé, o que para o povo já o era como crença e certeza. O dogma da Assunção foi declarado pelo Santo Padre o Papa Pio XII, em 1950. Pinçamos do documento de declaração do Papa esta bela afirmação: "Maria foi preservada da corrupção do sepulcro e, tendo vencido a morte, como seu Filho, foi elevada em corpo e alma à glória do Céu".
Maravilhoso mistério da vida de Maria é este da sua Assunção, como a Igreja o professa e, por isso, solenemente o festeja. Não foram poucas as situações extraordinárias das maravilhosas obras de Deus realizadas em sua humilde serva, Maria, que por isso foi sempre exaltada. Lembremo-nos, por exemplo, quando da saudação do Anjo Gabriel, como ele a exaltou ao dizer-lhe: "Ave Maria, cheia de graça, o Senhor está contigo" (Lc 1,28). No Evangelho da santa Missa deste domingo sobressai o que Isabel, sua prima, lhe disse ao recebê-la em sua casa: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre... Bendita é aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu" (Lc 1, 42, 45). Consideremos ainda como Maria, em sua humildade, reagiu, dizendo: "A minha alma engrandece o Senhor, porque olhou para a humildade de sua serva e fez em mim maravilhas, e o seu nome é santo" (Lc 1, 46-49). A doutrina da Igreja vê a Assunção como a Páscoa de Maria, a sua vitória da vida sobre a morte e como uma continuação da Páscoa, Ressurreição e Ascensão do Senhor. Afirma que Maria é o fruto mais perfeito, amadurecido na cruz de Jesus Cristo, o mais rico troféu da sua vitória pascal. A Assunção de Maria, baseada na ressurreição de Cristo, é, pois, uma alegre antecipação da nossa ressurreição. Como afirma São Paulo, na segunda leitura, a Igreja atesta que em Cristo e por Cristo, Maria foi entregue ao Pai em toda a sua glória (cf. 1Cor 15,2-26). Tendo por base a primeira leitura desta santa Missa - Apocalipse 11,19;12,1.3-6.10 - a Igreja ensina-nos também que a mulher adornada de esplendor - o sol, a lua e as doze estrelas - simboliza o antigo e o novo povo de Deus, o antigo Israel e a Igreja, o Corpo de Cristo. Mas também que esta mulher é símbolo da Virgem Maria, como acreditavam os primeiros cristãos, fé corroborada por exemplo por Santo Agostinho e São Bernardo.
Irmãos e irmãs, elevemos nossos olhares para a Virgem nossa Senhora, especialmente nesta festa da sua Assunção ao Céu. Contemplemos como ela está junto do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Aproveitemos para dar glória a Deus pelas maravilhas realizadas nesta sua humilde serva. Agradeçamos a Deus por nos ter dado tão grande mãe e medianeira, pois mesmo lá do céu, ela continua exercendo a sua função própria de mãe. Com o seu incomparável amor de mãe, ela cuida de nós, auxiliando-nos nessa nossa peregrinação terrestre rumo à casa definitiva do Pai Eterno. Cremos que ela intercede continuamente junto ao Altíssimo e Bom Senhor, suplicando por graças e bênçãos que as distribui generosamente a nós. Continuemos perseverantes no gosto de invocar a proteção da Mãe da Divina Graça, repetindo sem cessar expressões como estas: "Maria, vida, doçura e esperança nossa, volvei vossos olhos misericordiosos a nós, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, rogai a Deus por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém".
Por fim, para demonstrar a Nossa Senhora o nosso grande amor e a extraordinária confiança que lhe devotamos, vamos louvá-la repetindo esta fórmula tão antiga quanto nova com a qual gostamos de rezar: "Nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tivesse recorrido à vossa proteção fosse por vós desamparado". E concluamos, rezando: Ave Maria, cheia de graça...
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