
As obras do prédio RNI Nações Unidas estão atrasadas há quase um ano, relatam compradores dos apartamentos situados na região do Jardim Marambá, em Bauru. Até há pouco tempo, um total reduzido de funcionários trabalhava no local, informa o empresário e futuro morador Rafael Jacon, 33 anos. De acordo com ele, a previsão para entrega de alguns dos apartamentos era para agosto de 2023.
A empresa admite que imprevistos atrasaram o cronograma, mas não em um ano, e destaca seu compromisso em entregar os imóveis no próximo mês. Ainda assim, a situação resultou em protesto, sendo que outro estava previsto para este sábado (17). A mobilização foi organizada via grupo no WhatsApp que reúne os que se sentem lesados. Nas conversas pelo aplicativo, descobriram que a empresa ofereceu prazos para entrega diferentes entre os contratos. Foram mais de 400 apartamentos vendidos, explica.
Neste sábado, haveria outra manifestação, porém os moradores recuaram depois que a empresa realizou uma reunião, na última semana, e prometeu andamento nas obras e ampliação da equipe. Relatos apontam que caminhões com materiais e trabalhadores chegaram à construção.
Antes da providência, os futuros moradores viam a respectiva insatisfação aumentar à medida que observavam outro novo empreendimento construído nas proximidades caminhando a pleno vapor, diz Rafael. Assim como ele, a nutricionista Camila Fischer também se sentiu lesada. O maior problema, segundo ela, são os juros da obra e outros encargos do governo que precisam ser pagos, mesmo sem residir no local.
Essa dificuldade gerou cerca de 50 ações judiciais contra a empresa, calcula Rafael. Alguns compradores se preparam para mover ação por danos morais contra a RNI. Para piorar, a comunicação com a construtora tem também tem sido uma dificuldade. Camila e Rafael relataram que a empresa não é transparente sobre os motivos dos atrasos, apresentando desculpas que vão desde guerras internacionais até problemas administrativos internos.
No portal Reclame Aqui — maior plataforma da América Latina destinada à comunicação entre consumidores e empresas — clientes da RNI relatam enfrentar o mesmo contexto em diferentes cidades e estados brasileiros. A corporação está presente em 61 cidades e 12 estados.
OUTRO LADO
A RNI, incorporadora e construtora do Grupo Rodobens, informou que os atrasos são devido a imprevistos e desafios durante a execução do projeto. "Houve, de fato, um atraso no cronograma de entrega de alguns dos apartamentos do RNI Nações Unidas. Contudo, cabe dizer que o atraso não é de um ano, e a empresa vem trabalhando efetivamente para assegurar a qualidade e a entrega do empreendimento o mais rápido possível", aponta a corporação em nota encaminhada ao JC.
Na questão da transparência, a RNI afirma que criou um canal de comunicação exclusivo para os clientes desse empreendimento. Eles afirmam, aliás, que há atendimento prioritário. O contato é: atendimento.nacoesunidas@rni.com.br. Além disso, informa ter realizado reuniões presenciais com clientes e fazer comunicações periódicas por e-mail e canais oficiais da empresa. Rafael, por outro lado, diz que os contatos são ruins e só começaram depois dos processos e reclamações constantes.
Por fim, a nota da RNI finaliza ter reforçado o número de trabalhadores e mantém o compromisso da entrega da obra para setembro de 2024. "Reiterando que outras providências como a Assembleia de Instalação serão adiantadas e quaisquer outras obrigações da empresa serão devidamente analisadas no ato da posse. Por fim, a RNI agradece a compreensão de todos os clientes e reitera seu compromisso com a transparência", conclui o texto.