ECONOMIA

Brasil crescerá mais de 2,5% neste ano?

Por Reinaldo Cafeo |
| Tempo de leitura: 4 min

Se depender do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sim, a economia crescerá acima de 2,5% neste ano. Evidentemente, os membros do governo são mais otimistas do que os operadores do mercado. Tudo aponta para um crescimento inferior a este. Qualquer mudança dependerá muito do desempenho econômico do segundo semestre. Veremos.

Setor de Serviços surpreende

O volume de serviços prestados no país, que havia registrado uma queda de 0,4% em maio, voltou a crescer em junho, com uma expansão de 1,7%, a maior desde dezembro de 2022, quando avançou 2,7%. A expectativa do mercado era por uma alta menor, de 0,9%. Em junho, o setor estava 14,3% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020). Comparando com junho de 2023, o crescimento foi de 1,3%. No acumulado do primeiro semestre de 2024, o volume de serviços cresceu 1,6% em relação ao mesmo período de 2023. Contudo, nos últimos 12 meses, o setor mostrou uma desaceleração, passando de 1,2% em maio para 1,0% em junho. Esse aumento elevou o volume de serviços a um novo recorde, superando em 0,5% o antigo pico alcançado em dezembro de 2022.

Banco Central de olho nas eleições americanas

As promessas dos candidatos à Presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris e Donald Trump, têm o potencial de pressionar a inflação norte-americana e gerar desaceleração na economia chinesa, o que, por tabela, afetaria o Brasil. A avaliação foi feita pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante audiência pública na Câmara dos Deputados. Donald Trump é candidato à presidência pelo Partido Republicano e tem J.D. Vance como seu companheiro de chapa. Ele vai disputar a Casa Branca com a vice-presidente Kamala Harris, que concorre junto com o governador de Minnesota, Tim Walz, pelo Partido Democrata. As eleições estão marcadas para 5 de novembro. De acordo com Campos Neto, as propostas dos candidatos norte-americanos de elevar gastos públicos, aumentar o imposto de importação para produtos chineses, assim como limitar a imigração de trabalhadores de outros países, podem pressionar a inflação do país e, por consequência, impedir uma queda maior na taxa de juros.

Déficit Público dificilmente será zero neste ano

A projeção do mercado financeiro para o déficit das contas do governo neste ano recuou em agosto, para R$ 73,5 bilhões. A informação foi divulgada pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, por meio do relatório conhecido como "Prisma Fiscal" — uma pesquisa feita com analistas do mercado financeiro. Esse é o menor rombo previsto para as contas de 2024 desde a apresentação do orçamento deste ano, no fim de agosto do ano passado. Mesmo assim, o resultado estimado pelo mercado financeiro ainda está distante da meta de déficit zero para as contas do governo em 2024.

Inflação na Argentina: menor marca desde 2022

A inflação da Argentina ficou em 4% em julho, apontou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) divulgado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) do país. Essa é a menor marca desde janeiro de 2022. Em relação a junho, quando a inflação ficou em 4,6%, os preços caíram 0,6 ponto percentual (p.p.) — o que mostra uma desaceleração na taxa. Em 12 meses, o aumento dos preços chegou a 263,4%. O acumulado também é menor do que o mês de junho, quando era de 271,5%.

Taxa de desemprego

A taxa de desemprego no Brasil caiu em 15 das 27 unidades da federação (UFs) no segundo trimestre de 2024, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos outros 11 estados e no Distrito Federal, a taxa permaneceu estável. Os números são em comparação com o primeiro trimestre de 2024. Tiveram queda na taxa de desemprego: Santa Catarina, Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Pará, Ceará, Maranhão, Espírito Santo, Acre, Tocantins, Alagoas, Amazonas, Piauí e Bahia. Tiveram estabilidade: Pernambuco, Distrito Federal, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Desemprego por regiões

Entre as grandes regiões, a movimentação da taxa de desemprego foi a seguinte: Norte: queda de 8,2% para 6,9%; Nordeste: queda de 11,1% para 9,4%; Centro-Oeste: queda de 6,1% para 5,4%; Sudeste: queda de 7,6% para 6,6%; Sul: queda de 4,9% para 4,7%. No fim de julho, o IBGE mostrou que a taxa de desemprego no Brasil foi de 6,9% no fechamento do 2º trimestre. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, encerrado em março, houve queda de 1 ponto percentual (p.p.) na taxa de desocupação, que era de 7,9%. No mesmo trimestre de 2023, a taxa era de 8%.

Mude já, mude para melhor!

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