CINEMA

‘Deadpool’ tenta ruir a imagem de macho alfa do Wolverine

Por FolhaPress |
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Divulgação
Expectativa é que personagens seduzam fãs novos e antigos
Expectativa é que personagens seduzam fãs novos e antigos

Há algo um tanto homoerótico na divulgação do filme "Deadpool & Wolverine". Num dos cartazes, os dois protagonistas unem as mãos para formar um coração. Noutro, o braço de Deadpool roça as garras rígidas e afiadas de Wolverine. Um terceiro mostra os heróis abraçados, como se dançando valsa, numa paródia de "A Bela e a Fera".

Esse clima de "bromance" dá o tom do terceiro filme do herói Deadpool, que contratou Hugh Jackman para ser de novo Wolverine sete anos após o ator afirmar que o filme "Logan" marcaria sua despedida definitiva do personagem. A aposentadoria não durou muito tempo. Jackman se arrependeu quase imediatamente de dizer adeus a seu principal papel, ele diz nesta entrevista, e agora retorna numa versão menos arisca do mutante carrancudo.

"Na época pareceu que eu tinha encontrado a forma perfeita de finalizar minha relação com o Wolverine. Mas, três dias depois de decidir que precisava seguir em frente, assisti ao primeiro 'Deadpool' e pensei 'nossa, esse é um mundo totalmente novo'", ele conta, lembrando o filme lançado em 2016, um ano antes de "Logan". "Percebi que o universo daquela trama poderia trazer à tona um novo lado do Wolverine e também de mim." Jackman e Ryan Reynolds, ator que faz o Deadpool, emulam na vida real o mesmo "bromance" dos seus personagens, um tipo de intimidade entre homens que beira a de namorados. Na semana passada, brasileiros puderam ver de perto como os dois astros não se desgrudam - eles viajaram para o Rio de Janeiro em turnê de divulgação do filme.

É curioso ver o Wolverine de Jackman, antes tão bruto, nesse contexto libertino. Em meio à ressaca do cinema de super-heróis, um nicho desgastado depois de dezenas de filmes parecidos, a Marvel aposta no apelo nostálgico de Jackman para seduzir os fãs antigos e para conversar com as novas gerações. Reynolds, que também é roteirista de "Deadpool & Wolverine", diz não ter feito o filme para debater machismo, mas concorda que ele ajuda a quebrar o ideal de macho alfa que impera no cinema de ação.

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