OPINIÃO

Futebol, jogo bonito?

Por Adilson Roberto Gonçalves |
| Tempo de leitura: 1 min
O autor é pesquisador da Unesp – Rio Claro

Em enquetes sobre o futebol, a pergunta corriqueira é o que a seleção brasileira deve fazer para melhorar e voltar a ter o protagonismo de antes. Subentende-se que se trata do time masculino, indevidamente aceito como quase sinônimo dessa modalidade, ainda que em termos de artilharia e outros prêmios é o time feminino quem vence.

Creio que a seleção brasileira de futebol pode se reerguer se voltar a jogar futebol, e não brincar de cai-cai, dói-dói e esconde-esconde. E também quando os jogadores voltarem a ver à frente de si o gol, e não um espelho. Quanto ao campeonato mundial, na atual conjuntura e sem bons treinadores para pôr ordem nas vaidades pessoais, o Brasil só chega ao hexa se os outros times piorarem.

Fica evidente que não sou fã do ludopédio, mas admiro as colunas de Sérgio Rodrigues, que tratam dos aspectos linguísticos, mesmo quando trata do futebol. Em um texto recente, ele discorreu acerca "do jogo bonito ao jogo dos bonitos" dizendo que a expressão "jogo bonito" para o futebol surgiu em 1958 e foi popularizada por Pelé nos anos 1970. Sempre que se avoca a primazia por uma expressão, há os que buscam em arquivos para contraditar, encontrando uma data mais antiga ou outro autor.

Na Gazeta Esportiva de 29/4/1955, José Brígido já afirmava ser o futebol um jogo bonito. Não sei se vale, mas fato é que o passado de glória não volta em um futuro próximo. Proponho que fiquemos com as bolas mais rápidas do vôlei e do tênis, muito mais prazerosas.

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