As lojas da região central de Bauru irão abrir as portas neste feriado de 9 de Julho (terça), que celebra a Revolução Constitucionalista de 1932, com a expectativa de receber centenas de consumidores de Bauru e região. A projeção de atrair moradores de cidades vizinhas ocorre porque o dia de descanso abrange todo o Estado e o comércio dos municípios menores no entorno deverá ficar fechado.
Além disso, a previsão é de que o tempo permaneça com temperaturas variando entre 15 e 30 graus no início da próxima semana, sem chuvas, garantindo maior conforto ao público. "O friozinho será propício para as vendas de inverno", afirma o consultor jurídico da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Bauru, Elion Pontechelle Junior.
Considerando que muitos trabalhadores terão ponto facultativo na segunda-feira, emendando o domingo com o feriado, o movimento ampliado de clientes nas lojas é esperado nos dois dias, o que poderá ajudar a impulsionar as vendas dos estabelecimentos do Centro. isso porque, segundo Pontechelle Junior, após as compras para o Dia das Mães e Dia dos Namorados, as pessoas parecem ter adotado um comportamento mais contido em termos de consumo.
"Acredito que as pessoas estejam priorizando as necessidades básicas, porque os preços dos produtos no supermercado, dos combustíveis subiram de 2020 para cá. Isso tem retraído compras que elas não consideram imediatas", avalia.
Em queda
Por outro lado, a redução do número de devedores com o nome negativado e de dívidas ativas no cadastro de restrição de crédito da CDL neste primeiro semestre sinaliza para um horizonte de retomada em potencial do ritmo de vendas. Ambos os parâmetros apresentaram quedas sucessivas, mês a mês, ao longo deste período, conforme levantamento do órgão.
Para se ter ideia, o total de inadimplentes diminuiu de 24.375 ao fim de dezembro para 21.687 em junho, um decréscimo de 11%. A quantidade de dívidas, por sua vez, caiu de 28.247 para 24.949, redução de 11,7%.
Já o valor total devido pelos consumidores ainda inscritos no cadastro, contudo, subiu 2%, chegando a R$ 32,587 milhões no mês passado. A aparente contradição é explicada pelo aumento, em quase R$ 200,00, da quantia devida por cada inadimplente, que saltou de R$ 1.309,31 para R$ 1.502,62 em apenas seis meses.
Segundo Pontechelle Junior, alguns fatores podem ajudar a explicar a retirada de um volume significativo de nomes do cadastro da CDL, como a antecipação do pagamento do décimo terceiro a aposentados e pensionistas para abril e maio. O consultor também pontua que mais de 75% dos débitos inscritos são de até R$ 500,00, o que pode ter favorecido muitos consumidores a liquidar a pendência com o recurso adiantado pelo INSS ou por meio do Desenrola Brasil, do governo federal, encerrado em maio.
Renegociação
Em um cenário de taxa de juros desfavorável ao acesso ao crédito por meio de contratações convencionais, ele pode ter ajudado a população mais vulnerável com dívidas inferiores a R$ 20 mil, foco do programa, a "limpar o nome", em razão dos descontos que podiam chegar a 96%.
Outro fator é o aumento do número de trabalhadores com carteira assinada - e, portanto, com expectativa de garantia de renda ao menos no curto prazo - em Bauru. O estoque de empregos cresceu 2,3% em seis meses, avançando de 136.650 para 139.811 pessoas com trabalho formal, aponta o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência.