Neste domingo ouviremos no Evangelho da santa Missa que Jesus se declara também Senhor do Sábado (cf. Mc 2,23-3,6). Na antiga Aliança o sábado estava ligado à obra da criação e da libertação do Egito. Comemoravam-se no sábado, dia do descanso em honra do Senhor, a grandeza da criação de todas as coisas realizadas por Deus, especialmente do ser humano criado à sua imagem e semelhança, e a maravilhosa obra libertadora de Deus que tirou o povo da escravidão do Egito (cf. 1ª leitura, Dt 5,12-15).
Segundo narra São Marcos, deu-se porém mais uma disputa entre Jesus e os fariseus, desta vez em torno da observância do mandamento do sábado. Duas eram as situações que levantaram a questão e a mesma interpretação da lei do sábado evocada pelos fariseus: Não se pode trabalhar no sábado. Na primeira, os discípulos num dia de sábado, caminhando no meio das plantações de trigo, apanharam espigas com as mãos para matar a sua fome, fato que provocou o questionamento dos fariseus: "Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?" Na segunda, Jesus curou num dia de sábado a mão atrofiada de um homem na presença de fariseus e partidários de Herodes. Jesus justificou os discípulos e a si mesmo e apresentou o modo autêntico de observar o sétimo dia, o sábado. A interpretação que tanto fariseus como escribas (explicadores da lei) davam complicava o sentido do sábado porque se baseavam na proibição absoluta de trabalhar (tinham uma lista de 39 trabalhos proibidos). Por isso impunham muitas proibições e tornavam a observância do sábado um grande peso para o povo. No caso presente Jesus rebateu a interpretação legalista e fundamentalista dos fariseus e não aprovou a dureza do coração deles. Muito pelo contrário, Jesus revelou um novo modo de entender a lei e a observância do sábado. Conforme São Marcos, Jesus declarou: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado". No episódio da cura da mão seca de um homem, Jesus também levantou essa pergunta aos seus ouvintes na sinagoga: "É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?". Ele, olhando para as pessoas ali presentes, mostrou-se cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração, e curou aquele homem. Para Jesus a observância do sábado era um serviço a Deus e ao homem para fazer o bem e para salvar a vida. Jesus se apresentou como Mestre e Senhor ao dizer que Ele é o Senhor do Sábado e que o trabalho é para o homem e não o homem para o trabalho. Jesus mostrou o primado do ser humano sobre o sábado, o primado da consciência sobre a regra, o primado da misericórdia ("É lícito fazer o bem em dia de sábado...?")
Hoje dizemos que o Domingo é o Dia do Senhor, dia em que Jesus ressuscitou, também dia em que o Espírito Santo desceu sobre a Igreja em Pentecostes. O Domingo é este primeiro dia da semana, o Dia do Senhor cristão. A Igreja primitiva reunia-se no primeiro dia da semana como, por exemplo, se lê em 1Cor 16,2: "No primeiro dia da semana, estando nós (os discípulos) reunidos para a fração do pão (Eucaristia), Paulo entretinha-se com eles". O domingo, dia do Senhor, é destinado a repousar, a honrar a Deus pela celebração do culto eucarístico e oferecimento de orações, a fazer o bem, a exercitar a gratuidade para com o próximo praticando as obras de misericórdia pelas quais socorremos a ele em suas necessidades corporais e espirituais. ''
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