Conforme a parábola da "Videira", estar ligado à verdadeira Videira, que é Jesus, é graça, dom de Deus. É o que aconteceu conosco no Batismo, quando recebemos, sem mérito algum, a graça maior de termos nossa vida unida para sempre a Jesus. No Evangelho da santa Missa de hoje - Jo 15,9-17 - que é uma continuação sobre a "Videira", Jesus afirma que só é possível permanecer nesta união com Ele se a seiva do amor de Deus, que corre dEle, circular em nós para sempre. O amor conta com uma resposta pessoal de nossa adesão a Ele e com a nossa colaboração com a sua graça, e o demonstramos mediante um sincero amor a Deus e aos irmãos. Por isso, ouvimos Jesus dizendo: "Como meu Pai me amou, assim também Eu vos amei. Permanecei no meu amor". São João está a nos dizer que o mandamento de Jesus é o amor, mas o amor de como Ele o revelou, de modo nunca visto, conforme o modelo do amor de Jesus, isto é, do tamanho da doação de sua própria vida: "Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida por quem ama". Contudo, para amar assim como Jesus amou é necessário permanecer unido a Ele. Jesus, no versículo 16, garante aos discípulos que tudo o que pedirem ao Pai em seu nome, o Pai concederá. Entre os bens que o Senhor concederá está a graça de amar como Jesus amou, de permanecer unido a Ele e de produzir frutos de caridade para a construção do Reino. Nos versículos 7-8 do mesmo capítulo 15 de São João, lido no domingo passado, ouvimos Jesus dizer assim: "Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos". Em seu ensinamento Jesus disse aos seus discípulos: "O Pai me ama e Eu vos amo também". Para permanecer no amor de Jesus a condição necessária é observar os seus mandamentos. A síntese dos seus mandamentos, como Ele ensinou, é: "Amai-vos uns aos outros, assim como Eu vos amei". Prosseguindo, Ele foi explicando aos discípulos que eles são seus amigos se fizerem o que Ele lhes ordenou. É por isso que Ele os chamou de amigos. Ele lhes revelou o que ouviu do Pai a fim de que eles pudessem produzir frutos. E, assim sendo, eles devem saber que o Pai lhes dará o que Lhe pedirem em seu nome. A síntese da síntese é: Amar, amar, amar. Pensamento dominante neste trecho do Evangelho de hoje é a alegria: "Disse-vos isto tudo para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena" (v. 11). Como é sabido a alegria é consequência de uma vida de amor. Então, a grande mensagem evangélica deste domingo para nós é amar a Deus acima de todas as coisas e amar aos outros para termos a alegria que vem de Deus em nós.
Simples assim: Estarmos ligados a Jesus, como o ramo ao tronco da videira, é uma questão de fé e de amor. A fé e o amor não acontecem senão entre pessoas, é uma relação no mínimo entre duas pessoas, "eu" e "tu". Se "Deus é amor" e nós fomos criados à sua imagem e semelhança, então ser cristão é amar a Deus e ao próximo. Do amor do Pai e do Filho nasceu e vive a Igreja, como do mesmo amor nascemos e vivemos todos nós: "Eu vos disse isso para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena. Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como Eu vos amei".
A Páscoa nos alegra com a certeza de que, como ramos ligados à verdadeira videira, que é Cristo, somos postos neste mundo para amar, na força de sua ressurreição.
Que o Pai, por Jesus e o Santo Espírito, venha com mão generosa e braço forte nos ajudar a combater a violência e a maldade e a produzir frutos de amor, justiça e paz, que permaneçam para sempre.
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