SAÚDE

Com pacientes internados esperando hemodiálise, Saúde irá ampliar serviço

Previsão é instalar 26 máquinas no HC ainda neste ano; HE e HB somam 59 cadeiras, insuficientes para demanda atual

Por Tisa Moraes | 28/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

JC Imagens

Vagas no ambulatório de hemodiálise  do Hospital Estadual são insuficientes
Vagas no ambulatório de hemodiálise do Hospital Estadual são insuficientes

Operando em sua capacidade máxima, os setores de hemodiálise do Hospital Estadual (HE) e Hospital de Base (HB) finalmente poderão começar a ser desafogados. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou ao JC/JCNET, nesta sexta-feira (26), que irá instalar 26 máquinas no Hospital das Clínicas (HC) de Bauru. Elas funcionarão em três turnos, com capacidade para atender, inicialmente, 200 pacientes. Após a implantação, serão 234 pacientes assistidos. A previsão é de que a estrutura comece a funcionar neste ano.

Na quinta-feira (25), a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Faepa), que administra o HC, havia informado ao JC ter enviado estudos à Coordenadoria de Gestão de Contratos de Serviços de Saúde da SES, pedindo prioridade na instalação das máquinas de hemodiálise na unidade. Até então, a solicitação estava sendo analisada pela pasta, que, no mesmo dia, antecipou prever a implementação de serviço.

Conforme o JC divulgou, devido ao déficit de vagas ambulatoriais no HE e HB, pacientes com insuficiência renal estão sendo internados nestes hospitais para ter acesso à hemodiálise, método de filtração do sangue substitutivo ao trabalho que o rim doente não consegue fazer. Atualmente, o HE possui 35 cadeiras e o HB, 24, sendo que cada uma é usada por três pacientes diferentes em dias alternados.

O JC apurou que parte dos leitos de enfermaria foi equipada com máquinas de hemodiálise por falta de espaço e cadeiras próprias para a realização do procedimento em ambiente ambulatorial. Desta forma, mesmo sem ter necessidade de internação, pacientes precisam permanecer - às vezes por meses - hospitalizados para não perder a vaga.

RISCO

Além de ocuparem leitos que poderiam ser destinados a pessoas com real demanda por internação, estes pacientes ainda ficam sujeitos ao risco de contrair infecções hospitalares. "Meu marido tem horário estipulado para fazer hemodiálise 3 vezes na semana, na segunda, quarta e sexta, das 15h às 20h30, e não o liberam para ir para casa. É um descaso tremendo", reclama uma moradora de Bauru, que acompanha o esposo no HB.

Outra está com a mãe internada há mais de 50 dias na mesma unidade. "Ela está aguardando vaga para o ambulatório de hemodiálise e nos falam que a espera é de quatro, cinco, seis meses. Tem vários outros pacientes na mesma situação", relatou.

Justamente por conta desta realidade, que é crônica no HE, a unidade também realiza há alguns anos, mesmo não havendo contratualização com a SES, a implantação de cateter no abdômen de pacientes aptos a fazer diálise peritoneal domiciliar, com treinamento feito pelas equipes para que estes consigam aplicar e drenar uma solução na cavidade peritoneal, onde ficam os principais órgãos abdominais, em casa. Todos os insumos são fornecidos pela secretaria. Porém, ainda assim, as internações continuam ocorrendo por falta de vagas para tratamento ambulatorial.

Em contrapartida, nesta sexta-feira, 45 pacientes aguardavam em UPAs e no Pronto-Socorro Central (PSC) por vagas em hospitais. Há cerca de dez dias, de acordo com a SES, o HE estava com 90% dos leitos da UTI adulto e 88% dos de enfermaria ocupados. No HB, a taxa de ocupação geral era de 91,67% e, no HC, estava em torno de 80%.

Metade do previsto

Atualmente, o Hospital das Clínicas funciona com 128 leitos (48% do total previsto no projeto), sendo que 10 estão aguardando habilitação pelo Ministério da Saúde. Eles estão distribuídos na Unidade Clínicas, enfermaria clínica médica adulto, UTI adulto, enfermaria pediátrica, UTI pediátrica, clínica e retaguarda cirúrgica e Centrinho. Vale destacar que o cronograma previsto pelo então governador Rodrigo Garcia, em sua vinda a Bauru em 2022, era de que a unidade teria 96 leitos até o fim daquele ano e estaria em pleno funcionamento até o encerramento de 2023, com 174 leitos, além dos 91 do Centrinho, que foi integrado ao complexo e hoje, segundo informou a Faepa, conta com apenas 46 leitos.

Receba as notícias mais relevantes de Bauru e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.