Em Bauru, 63.160 moradores possuem diagnóstico de hipertensão e são assistidos pela rede municipal de saúde. Segundo a prefeitura, esse é o número de pacientes cadastrados que realizam acompanhamento médico para tratamento da doença crônica, responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal no País.
Em 2024, somente nos primeiros meses, 17 pessoas morreram em decorrência dos males causados pela hipertensão na cidade, o que corresponde a um óbito por semana. No ano passado inteiro, foram 71 mortes e, em 2022, 86.
Os dados representam um alerta nesta semana, visto que 26 de abril marca o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. Para trazer conscientização sobre a data e a prevenção da doença, a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) promove, nos dias 24, 25 e 26, a campanha "Menos Pressão" no câmpus de Bauru da Universidade Estadual Paulista (Unesp) (leia mais abaixo).
Com uma linguagem bastante acessível, a SBH explica que a doença é caracterizada por uma pressão arterial sistematicamente igual ou superior a 14 por 9. Quando o sangue circula com pressão elevada, há risco de lesão nas 'paredes' dos vasos sanguíneos, que se tornam enrijecidos e estreitados, podendo, com o passar dos anos, entupir ou romper.
"Quando isso acontece no coração, causa a angina que pode ocasionar um infarto. No cérebro, leva ao acidente vascular cerebral (AVC). Nos rins, podem ocorrer alterações na filtração até a paralisação dos órgãos. Todas essas situações são muito graves e podem ser evitadas com o tratamento adequado", frisa a entidade, ressaltando que a hipertensão atinge 25% da população brasileira. Na rede pública de saúde de Bauru, os 63.160 moradores que estão em tratamento representam 16,6% da população do município.
RISCO
Professora associada do Departamento de Educação Física da Faculdade de Ciências da Unesp de Bauru e membro da diretoria da SBH, Sandra Lia do Amaral Cardoso destaca que as doenças cardiovasculares são as que mais matam no Brasil e no mundo. A estimativa é de que 400 mil pessoas morram em decorrência delas por ano no País, o que significa uma morte a cada um minuto e meio.
"A prevenção ainda é a melhor estratégia. Se a pessoa já é hipertensa ou está acima do peso, o recomendado é fazer um acompanhamento o quanto antes para que não ter o quadro de saúde mais agravado. E, nessa campanha que faremos na Unesp, conseguimos detectar quais hábitos de vida podem ser melhorados e realizar o aconselhamento", frisa.
De acordo com ela, a SBH desenvolve a campanha "Menos Pressão", simultaneamente, em vários pontos do Brasil, incluindo municípios dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro. "A cada ano, atingimos um público maior e mais diversificado. Estamos contentes com os resultados, porque conseguimos mudar um pouco o hábito de vida de muitas pessoas, ajudando-as a prevenir uma situação mais grave", completa.
ATIVIDADES NA UNESP
Nos dias 24, 25 e 26 de abril, a Sociedade Brasileira de Hipertensão promove a campanha "Menos Pressão" no câmpus de Bauru da Unesp, em frente ao prédio da biblioteca. O evento contará com ações de orientação a alunos, professores, demais funcionários e o público em geral sobre os cuidados com a pressão arterial. O objetivo é destacar a importância do diagnóstico para evitar doenças cardiovasculares. As atividades ocorrerão das 9 às 16h. Nos três dias, haverá medição de pressão arterial, glicemia, peso, altura e circunferência da cintura, além de aconselhamento psicológico para detectar uma possível ansiedade ou compulsão. Em seguida, a pessoa passará por aferição de força e cálculo de comportamento sedentário e de nível de atividade física.
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Jurandir José Lopes 24/04/2024Parabéns pelas iniciativas. Não rendem votos mas salvam vidas