OPINIÃO

Câmara e a mulher de César

Por Pedro Valentim | 21/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min

A famosa e milenar frase sobre a mulher de César se originou em 1º de maio de 62 A.C. Isto porque a esposa do imperador, a Pompéia Sula, uma jovem muito bonita, promoveu uma festa em sua casa apenas para mulheres. E homens não poderiam sequer se aproximar do evento.

Mas o comerciante Publius Clodius, rico e atrevido, estava apaixonado por Pompéia Sula e colocou um vestidão e disfarçou-se de tocadora de Lira. E grandestinamente entrou na festa, na esperança de se aproximar da amada. O Lock foi descoberto e punido, mas o falatório foi geral na cidade. Mas mesmo sem ter acontecido nada, imediatamente Júlio César se divorciou de Pompéia e disse: "a mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita. E não basta ser honesta, tem que parecer honesta".

Voltando aos dias atuais, vereadores da oposição já abriram CEI e até Comissão Processante contra a atual prefeita de Bauru. Pode se discutir o mérito dos apontamentos, mas não se questiona a iniciativa, mesmo porque a fiscalização faz parte da principal função dos vereadores.

Só que este impeto investigativo que ocorre contra o Poder Executivo não tem a mesma velocidade quando surgem dúvidas e estranhezas em acontecimentos ocorridos dentro da Câmara Municipal.

Vamos aos exemplos: parlamentar fez uma denúncia que teria ocorrido crime de invasão externa do seu computador no Legislativo. A Polícia Civil abriu Inquérito e concluiu que não teve invasão externa e sim que a atitude criminosa foi interna.

Numa outra situação, um servidor da Câmara teria afirmado que tinha manifestante armado na galeria e por causa disto se encerrou uma Sessão Legislativa de forma brusca. A Polícia Militar ali presente citou que não percebeu nada parecido e que ninguém fez BO.

Entretanto, nestes dois casos, até este momento, não teve nenhuma declaração do Legislativo sobre os andamentos dos procedimentos investigatórios internos para apurar a veracidade dessas acusações. Qual o motivo da demora?

Quando o discurso e a prática não estão dizendo a mesma coisa, a desconfiança é instalada com sucesso. E daí o motivo de lembrarmos da Mulher de César!

PS - A Prefeitura de São Paulo instalou a faixa azul, ou seja, corredor só para motos. E corredores exclusivos para ônibus já tem faz tempo. Sugestionamos que a Emdurb estude a possibilidade de implantarmos essas opções em nossa cidade também. É bom para todos e menos motociclistas vão morrer.

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1 COMENTÁRIOS

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  • Fabiano Laperuta
    24/04/2024
    O cobiçador da mulher de César A vontade de se ter frequência aos domínios de César e a cobiça pela “sua” mulher podia (e pode) fazer com que qualquer um (ou um qualquer) comece uma bajulação desejosa, diria até sonhadora de pré aproximação para poder ganhar algum carinho (ou carguinho) da citada. Aporte-se a ironia deste, no presente bauruense e não na Roma antiga, a missiva do Sr. Pedro Valentin aparentemente o coloca na posição do Publius Clodius em seu próprio texto, com seus anseios, suas intenções, seu caráter e sua “esperteza”. Até um tempo atrás, muito mais recente que a história da Roma, na nossa Bauru, o nosso Publius estaria numa posição diametralmente oposta ao César (que interpretamos aqui como o poder público executivo de nossa cidade), mas já com suas intenções, de olho na sua mulher, aquela que tem que parecer honesta. Intenções? Uma fotinho daqui, o prestígio a um evento dali, a polemização nos grupos de papiros da nossa Bauru/Roma antiga, a virada de lado, uma guinada de 180º e eis que a cobiça vence. Mas não bem pela mulher. Nos próximos capítulos, veremos se o Publius bauruense haverá de ganhar o carinho (ou carguinho) da mulher de César.