DECISÃO

Júri absolve padre que atropelou e matou ladrão na região de Bauru

Pároco fugiu sem prestar socorro após atropelamento e rapaz morreu dias depois na Santa Casa, mas jurados rejeitaram acusação

Por André Fleury Moraes | 12/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação

Reprodução

Carro do padre danificado após atropelamento de 'Anjinho'
Carro do padre danificado após atropelamento de 'Anjinho'

O Tribunal do Júri absolveu nesta sexta-feira (12) o padre Gustavo Trindade dos Santos, que em 7 de maio de 2022 atropelou e matou Ângelo Marcos dos Santos Nogueira, o “Anjinho”, que havia furtado itens da Casa Paroquial de Santa Cruz do Rio Pardo.

O Ministério Público não informou até a conclusão desta edição sobre se vai recorrer da decisão. Nos casos envolvendo júri, cabe recurso, entre outras coisas, "quando a prova dos autos for manifestamente contrária à decisão dos jurados".

A decisão saiu no final da tarde de hoje. Um vídeo de câmeras de segurança divulgado na época dos acontecimentos mostra o momento exato do atropelamento, que ocorreu por volta das 20h04, na avenida Tiradentes.

O pároco seguia pela via enquanto “Anjinho” fugia, correndo de costas para o veículo, quando Gustavo virou subitamente o veículo em direção à vítima. Ele deu ré e fugiu do local sem prestar socorro.

Coube a transeuntes que passavam pelo local acionar o resgate. O rapaz morreu dias depois, em 27 de julho, na Santa Casa de Misericórdia daquele município.

O padre, aliás, passou dias desaparecido antes de se apresentar à Justiça. Os jurados, porém, rechaçaram a tese do Ministério Público. A ação foi ajuizada pelo promotor Reginaldo Garcia em 17 de junho de 2022. A denúncia acusava o padre de ter cometido homicídio qualificado.

O MP afirmou que Gustavo cometeu atitude “reprovável” e que as circunstâncias nas quais se deram o atropelamento dificultaram a defesa da vítima.

A Polícia Civil de Santa Cruz do Rio Pardo chegou a pedir duas vezes a prisão preventiva de Gustavo Trindade dos Santos na época em que ele estava foragido, mas o MP se manifestou contrariamente à medida. A Justiça rejeitou.

Em interrogatório, Trindade disse que fugiu para Ribeirão Preto-SP após o atropelamento para passar o dia das mães ao lados dos familiares. Ele só foi localizado em São Paulo quando se apresentou voluntariamente às autoridades.

Gustavo Trindade dos Santos chegou a pedir adiamento de seu julgamento no último dia 10. Ele disse que um familiar de seu advogado morreu e que isso poderia prejudicar sua defesa. Mas a Justiça rejeitou o pedido.

“Anjinho” já era investigado suspeito de ser o responsável por um outro furto à paróquia. Ele teria levado R$ 40,00 em moedas. Ele teve a prisão decretada quando estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Apesar da absolvição no júri, há ainda uma outra ação em curso. Esta foi ajuizada por familiares da vítima pedindo indenização de R$ 1 milhão pelos danos psicológicos causados pelo acontecimento.

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