CELEBRAÇÃO

Diocese recebe restos mortais de dom Cândido e inaugura cripta no domingo

Por Tisa Moraes | 07/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação

JC Imagens

Dom Cândido era conhecido por ser dinâmico, inteligente e culto
Dom Cândido era conhecido por ser dinâmico, inteligente e culto

Dentro das comemorações de seus 60 anos, a Diocese de Bauru celebrará com missas, neste domingo (7), a chegada dos restos mortais de dom Cândido Rubens Padin, que ficarão na cripta recém-construída na Catedral do Divino Espírito Santo. O espaço será inaugurado na mesma data.

Dom Cândido foi o bispo que permaneceu por mais tempo à frente da Diocese de Bauru, por 20 anos, de 1970 a 1990. Teólogo e graduado em direito pela Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, foi um religioso engajado politicamente, que ganhou projeção como defensor dos direitos humanos e da educação como ferramenta de transformação social, com papel ativo na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e no Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam).

Foi, ainda, um dos fundadores da Juventude Universitária Católica no Brasil e do Instituto Jacques Maritain e membro do Concílio Ecumênico Vaticano II. Monge beneditino, está enterrado desde sua morte, em janeiro de 2008, aos 92 anos, no Mosteiro de São Bento, em São Paulo.

Atual bispo diocesano, dom Rubens Sevilha presidirá, às 10h, missa no Mosteiro, junto com padres, monges, em homenagem a dom Cândido e demais falecidos da diocese. "É uma missa tradicional dos monges, muito bonita, em que eles cantam em gregoriano. Será uma forma de despedida de seu confrade", explica.

CELEBRAÇÃO

Na sequência, os restos mortais serão trazidos a Bauru e, às 19h, será celebrada missa na Catedral, também presidida por dom Rubens. Na ocasião, monges beneditinos, que fizeram questão de vir a Bauru, voltarão a cantar. Finalmente, após a bênção da cripta, ela receberá o corpo de dom Cândido.

"Muitas pessoas conheceram dom Cândido, que foi um homem de presença no mundo da cultura e na defesa dos direitos humanos. Na época da ditadura, a Igreja Católica era a instituição que tinha condições, pela capilaridade, internacionalidade e importância, de enfrentar e denunciar o que ocorria. Em sua autobiografia, dom Cândido conta bem esse período. Foi um homem muito dinâmico, inteligente, culto e atuante, inclusive em nível nacional", descreve dom Rubens.

Ele explica que dom Cândido será o primeiro bispo diocesano de Bauru a ser colocado na cripta, já que os demais aposentados estão vivos ou foram transferidos para outras dioceses. O novo espaço tem capacidade para comportar doze jazigos. "Há uma norma no Direito Canônico em que os bispos podem escolher onde querem ser enterrados e eles são os únicos na Igreja Católica que têm o privilégio de serem sepultados na Igreja Catedral", completa.

HISTÓRICO

Dom Cândido nasceu em São Carlos e recebeu a ordenação presbiteral em 1946. Foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro em 1962, época em que foi vice-reitor da PUC de São Paulo.

Antes de tornar-se bispo diocesano de Bauru, assumiu a mesma função em Lorena. Com a aposentadoria, em 1990, tornou-se bispo emérito e passou a viver no Mosteiro de São Bento.

Dom Cândido escreveu várias obras, inclusive a autobiografia "Dom Cândido Padin - Itinerário de uma vida", de 2001. Em Bauru, recebeu títulos como o de Cidadão Honorário e Doutor Honoris Causa da Unisagrado.

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