SAÚDE & BELEZA

Extrair dente do siso pode matar?

Apesar de ser uma cirurgia comum e segura, procedimento necessita de cuidados especiais

24/03/2024 | Tempo de leitura: 2 min

Algumas pessoas com doenças que afetam a coagulação sanguínea, por exemplo, nem podem ser submetidas à cirurgia
Algumas pessoas com doenças que afetam a coagulação sanguínea, por exemplo, nem podem ser submetidas à cirurgia

O participante do "BBB 24" Davi se queixou de dores no dente siso. O baiano disse que seu terceiro molar está nascendo e que preferia até comer "de um lado só" por conta do incômodo que está sentindo. Em uma conversa na casa, ele se questionou: "Será que o dente siso mata?". Segundo dentistas, os dentes do siso geralmente não representam riscos, sendo considerado uma cirurgia segura e muito comum no país, porém, como qualquer intervenção cirúrgica, há riscos e é necessário tomar certos cuidados antes, durante e após a cirurgia para evitar infecções e possíveis riscos maiores.

Em maio do ano passado, duas pessoas morreram após complicações decorrentes de uma extração do dente siso na cidade de Leme, em São Paulo, e em Fortaleza, no Ceará. Os sisos são terceiros molares que se formam por volta dos 15 anos e emergem na boca cerca de três anos mais tarde. No entanto, a evolução fez os seres humanos não precisarem mais dos dentes extras, com algumas pessoas até mesmo nascendo sem eles.

"Muitas vezes, os dentes do siso ficam presos ou encaixados no osso, ou simplesmente não saem. Isto pode causar sobreposição ou deslocamento de outros dentes, ou levar ao desenvolvimento de cárie dentária localizada. Se o dente erupcionar parcialmente, ele pode gerar um quadro infeccioso inflamatório, conhecido por pericoronarite, gerando muita dor, inchaço facial, inchaço na gengiva, mau odor e irritação local. Além disso, estes dentes ainda podem ser responsáveis por fortes dores faciais e enxaquecas por comprimir os feixes nervosos, dependendo da sua posição dentro dos ossos maxilares", explica uma publicação sobre o tema na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde.

"Toda cirurgia tem risco, uma vez que você abre e expõe o meio interno com o meio externo. Se o paciente precisa fazer o siso e está com a boca contaminada, por exemplo, o risco é muito maior. O que fazemos é, se o paciente está com gengivite, com cárie, nós cuidamos disso primeiro para depois extrair o siso",  explica a cirurgiã-dentista Danielly Moura, especialista em implante e prótese pela Universidade Europeia Miguel de Cervantes.

Esses riscos de contaminação existem porque a região é exposta, e patógenos como bactérias e vírus podem infectar o local. Se caírem na corrente sanguínea, eles podem ainda levar a infecção para outras partes do corpo, quadro considerado mais grave.

Por isso, algumas pessoas que têm doenças que afetem a coagulação sanguínea, por exemplo, nem podem ser submetidas à cirurgia. Além disso, os especialistas reforçam a importância de o procedimento ser realizado com profissionais da odontologia devidamente capacitados para fazer a extração e em locais adequados, para reduzir o risco.

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