MUTIRÃO DO DESENROLA

'Dia D' de mutirão do Desenrola renegocia R$ 2,5 milhões em dívidas em Bauru

Foram mais de 7 mil acordos firmados, mas aposta é atingir o máximo de pessoas possíveis, diz especialista da Serasa

Por André Fleury Moraes | 22/03/2024 | Tempo de leitura: 2 min

André Fleury Moraes

Aline Vieira, especialistada da Serasa, afirma que munícipes ficam surpresos ao perceber o desconto oficialmente: “Tem quem não acredite, achando que é golpe”
Aline Vieira, especialistada da Serasa, afirma que munícipes ficam surpresos ao perceber o desconto oficialmente: “Tem quem não acredite, achando que é golpe”

O "Dia D" do MegaFeirão Serasa e Desenrola, ação iniciada em março e promovida em parceria com os Correios, renegociou mais de R$ 2,5 milhões em dívidas em Bauru. Foram mais de sete mil acordos realizados, garantindo o retorno ao crédito a milhares de famílias bauruenses. O evento vai até o próximo dia 28.

"Hoje o Brasil tem 72 milhões de inadimplentes, número equivalente a 43% da população adulta do País. É um volume muito alto. O mutirão ocorre pensando justamente neste público", explica Aline Vieira, especialista em educação financeira da Serasa.

Ela passou praticamente o dia todo na agência dos Correios da praça Dom Pedro II, na avenida Rodrigues Alves, orientando munícipes que buscaram renegociar seus débitos.

Em Bauru, explica Aline, são 150 mil pessoas em situação de inadimplência, com dívida média calculada em R$ 6.700. "A ideia é que o programa atinja o máximo de pessoas possíveis. É a última semana do feirão, e o Desenrola já foi prorrogado pelo Governo Federal. É uma oportunidade única", observa.

As ofertas de desconto não são fixas e variam entre 96% a 99% do valor bruto da dívida. "Tem gente que chega aqui com um débito superior a R$ 10 mil e paga um valor mínimo, com abate de 99%", conta. Para quem não pode pagar à vista, a opção de parcelamento também está vigente.

Há até mesmo quem não acredite no programa. "Muita gente acha que não é real porque há muitos golpes neste ramo. Quando vêm até aqui e veem o cálculo feito no computador, de maneira oficial, ficam surpresas", retrata.

É o caso da salgadeira Dulcilei Vieira, 48 anos, que contraiu uma dívida no cartão de crédito que não conseguiu pagar. Acabou caindo no juro rotativo, que virou uma bola de neve e elevou o valor do débito a R$ 12 mil.

Tentou renegociar várias vezes e chegou a cair num golpe. "Perdi dinheiro, foi prejuízo", lamenta. A oportunidade apareceu, e Dulcilei quitou o valor com o desconto do programa.

"É um alívio, claro que é um alívio. Ninguém merece passar por isso, ficar sem crédito na praça. Eu mesma tentei financiar um carro e não consegui por causa dessa restrição. Agora, se Deus quiser, vai dar certo", celebra.

O MegaFeirão visa levar orientação a milhões de endividados dispostos a aproveitar a última semana do mutirão contra as dívidas, que envolve 700 empresas de todos os segmentos, concessionárias de energia e água e o programa Desenrola Brasil, do Ministério da Fazenda.

A iniciativa acontece em meio a uma leve queda na inadimplência do país: a diminuição de fevereiro foi de apenas 30,5 mil CPFs na comparação com janeiro. Em São Paulo, em fevereiro, também houve uma tímida queda no volume de moradores inadimplentes: atualmente, são 16.833.037 consumidores nessa situação, devendo, em média, R$ 5.978,39 por pessoa.

Dulcilei: ela caiu no rotativo, mas dívida pôde ser regularizada (crédito: André Fleury Moraes)
Dulcilei: ela caiu no rotativo, mas dívida pôde ser regularizada (crédito: André Fleury Moraes)

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