VOTAÇÃO

USP cria Faculdade de Medicina de Bauru com aprovação do Conselho Universitário

Ao todo, 93 conselheiros votaram favoravelmente à proposta, número superior ao mínimo de dois terços dos membros do colegiado, exigido pelo Estatuto da USP

Por Tisa Moraes | 19/03/2024 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

Reprodução/Youtube

Conselho reuniu-se na tarde desta terça-feira (19), na Capital; veja mais fotos no final
Conselho reuniu-se na tarde desta terça-feira (19), na Capital; veja mais fotos no final

A criação da Faculdade de Medicina de Bauru (FMBRU) da Universidade de São Paulo (USP) foi aprovada pelo Conselho Universitário (CO) da instituição em reunião extraordinária realizada na tarde desta terça-feira (19), na Capital. Agora, o câmpus local passa a contar com duas unidades: a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), com os cursos de Odontologia e Fonoaudiologia, e a FMBRU, com o curso de Medicina, até então vinculado à FOB.

O CO aprovou a implantação da FMBRU por 93 votos, número superior ao mínimo de dois terços (80) dos membros, exigido pelo Estatuto da USP. A reunião, iniciada às 14h, teve a participação de 108 conselheiros, sendo que oito rejeitaram a proposta e sete se abstiveram.

Reitor da universidade, Carlos Gilberto Carlotti Junior abriu a discussão fazendo um breve retrospecto sobre o processo de criação do curso de Medicina da USP em Bauru, em 2017, inicialmente vinculado à FOB. Na ocasião, o CO condicionou a implantação da graduação à assunção da gestão e custeio do HRAC (Centrinho) e do Hospital das Clínicas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), o que, de fato, ocorreu.

SUSTENTABILIDADE

Com a primeira turma formada em novembro do ano passado, o curso de medicina conta com apenas 20 professores contratados e 78 preceptores - estes últimos atuam, em sua maioria, em atividades com estudantes nas unidades de saúde de Bauru. "É uma situação insustentável. A medicina de São Paulo deve ter 300 docentes e a de Ribeirão Preto, outros 300", observou o reitor, destacando que sentiu-se "confortável em relação à sustentabilidade financeira da proposta" final apresentada pelo grupo de trabalho (GT) responsável por elaborar o projeto de criação da faculdade.

Em suas argumentações, a professora Marília Afonso Rabelo Buzalaf, diretora da FOB/USP, detalhou que o curso, avaliado como excelente pelo Conselho Estadual de Educação, adota um modelo pedagógico mais contemporâneo, pautado em metodologias ativas e inserção precoce dos alunos no sistema de saúde. E, para atender este projeto, o quadro ideal de docentes seria de 105 profissionais, a serem contratados ao longo de 12 anos, como forma de não onerar a folha de pagamento da USP.

O cálculo foi feito com base na redução progressiva de custos da universidade a partir da aposentadoria compulsória dos servidores técnico-administrativos do Centrinho, que passaram a ser repostos pela SES.

Além disso, parte deles, ainda vinculados à USP, se assim quiserem, serão transferidos para ocupar vagas em funções compatíveis que precisarão ser abertas na FMBRU.

EXCELÊNCIA

"A criação a nova unidade acadêmica não terá impacto na folha", sustentou Buzalaf, durante a reunião. "Acreditamos que esta medida é fundamental para o curso poder atingir, em poucos anos, o nível de excelência das nossas duas coirmãs. Com uma administração focada, será possível tomar as medidas administrativas mais apropriadas para o curso", acrescentou, em vídeo postado nas redes sociais da TV USP Bauru após o resultado da votação.

O GT que elaborou o projeto da faculdade foi criado em 2022 e, desde então, a proposta passou por reformulações, inclusive por indicações das comissões de Orçamento e Patrimônio (COP) e de Atividades Acadêmicas (CAA), instâncias decisórias da instituição. Uma das alterações, por exemplo, é a constituição da nova unidade sem departamentos nos primeiros anos.

Presidente do grupo e professor associado da FMBRU, Tales Rubens de Nadai projeta que, aprovada, a faculdade traz maior autonomia, proporcionando uma gestão mais estruturada sobre necessidades acadêmicas, operacionais e de investimentos. "Isso envolve a gestão acadêmica a ser firmada com o HC, programas de residência e pós-graduação, vinda de profissionais para Bauru. É um marco que representará uma evolução não somente em termos de ensino, mas também em assistência em medicina para toda a região", completa.

Marília Buzalaf (crédito: Cecília Bastos/USP Imagens/Divulgação)
Marília Buzalaf (crédito: Cecília Bastos/USP Imagens/Divulgação)
Carlos Gilberto Carlotti (crédito: Cecília Bastos/USP Imagens/Divulgação)
Carlos Gilberto Carlotti (crédito: Cecília Bastos/USP Imagens/Divulgação)
Tales Rubens de Nadai (crédito: Arquivo pessoal)
Tales Rubens de Nadai (crédito: Arquivo pessoal)

Receba as notícias mais relevantes de Bauru e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

1 COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.

  • Tati
    19/03/2024
    Que fantástico!!! Parabéns!!!