Bauru e região ultrapassaram a marca de 10 mil casos de dengue após as dez primeiras semanas de 2024. No segundo dia da 11.ª semana, nesta terça-feira (12), as 38 cidades que compõem o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de Bauru, somadas a Botucatu e São Manuel, contabilizavam 11.636 registros da doença, com nove mortes, sendo sete mulheres e dois homens.

Em todo o País, especialistas na área de infectologia e virologia têm destacado a tendência de que os casos de dengue continuem subindo até abril, com chances de 2024 se tornar o ano com número recorde de casos da doença. Na região, até o momento, o município com maior volume de infecções é Botucatu, com 3.047 casos.

Já Dois Córregos tem a incidência mais crítica da doença, de 6.255 registros para cada 100 mil habitantes. Bauru totaliza 986 moradores com diagnóstico da doença neste ano e incidência de 260 casos por 100 mil residentes.

No GVE de Bauru, foram confirmados 7.485 casos e oito mortes, sendo quatro mulheres em Pederneiras, entre 19 de janeiro e 23 de fevereiro, e uma mulher e um homem em Bariri, nos dias 27 e 31 de janeiro.

No município de Bauru, também foi confirmado o óbito de um homem de 78 anos, em 27 de janeiro e, em Boraceia, o de uma mulher de 94 anos, em 14 de fevereiro. Há ainda outros 10 óbitos suspeitos em investigação na região. Entre os 38 municípios, apenas Avaí ainda não tem caso confirmado da doença em 2024.

RANKING DAS CIDADES

Segundo o Painel de Monitoramento de Dengue do Estado de São Paulo, no GVE de Botucatu, uma moradora de Botucatu com mais de 80 anos morreu no último dia 10.

A prefeitura da cidade informou que a paciente estava internada, recuperando-se da dengue, e teve complicações após passar por cirurgia para tratar uma diverticulite.

Em relação às cidades com maior número de casos, Botucatu, que lidera a lista, é seguida por Pederneiras (1.817), Dois Córregos (1.533), São Manuel (1.104), Bauru (986) e Bariri (962). Já quanto à incidência, pela ordem, estão em condição crítica e com mais de 1 mil casos da doença a cada 100 mil habitantes os municípios de Dois Córregos, Mineiros do Tietê, Pederneiras, Bariri, Boraceia, São Manuel, Itaju, Pongaí, Reginópolis, Botucatu, Lucianópolis e Arealva.

Até esta terça-feira, em todo o Estado de São Paulo, haviam sido confirmados 193.081 casos e 60 mortes por dengue. Além dos nove óbitos na região, houve oito em São Paulo, cinco em Guarulhos, quatro em Pindamonhangaba, quatro em Taubaté, três em Campinas, três em Marília, dois em Franca, dois em Jacareí e dois em Ribeirão Preto. Batatais, Bebedouro, Bragança Paulista, Espírito Santo do Pinhal, Iguape, Ilha Comprida, Itajobi, Mairiporã, Matão, Mauá, Parisi, Rio Claro, Santo Antônio da Posse, São José dos Campos, Serrana, Suzano, Tremembé e Votuporanga têm uma morte, cada.

ALERTA

Um dos fatores que justificam o alerta de especialistas sobre o risco de o País enfrentar a pior epidemia de sua história é a circulação simultânea dos quatro sorotipos do vírus da dengue em 2024, com aumento do contágio pelo 2, em especial o que pertence a uma linhagem originária da Ásia, introduzida no Brasil há pouco mais de um ano.

Sempre que uma nova cepa passa a circular em um território, a probabilidade de alta de casos é maior. E, considerando que o sorotipo 1 predominou nas epidemias de anos anteriores, a maioria dos brasileiros infectados naquele período tem imunidade contra este vírus específico, ficando suscetível à reinfecção por outros.

Não se sabe ainda se, por conta desta possibilidade, o sorotipo 2 tem resultado em quadros mais graves da doença neste ano, respondendo por 35,1% dos casos de dengue e 64% das mortes no País, de acordo com levantamento realizado pelo jornal Estadão a partir de amostras analisadas e registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde.