POLÍCIA

Polícia Civil identifica homem que vendia app de fraude a rotas de delivery em Bauru

Software aumenta a distância entre as entregas e, consequentemente, o valor recebido pelos motociclistas pelos deslocamentos

Por Larissa Bastos | 27/02/2024 | Tempo de leitura: 2 min
larissa.bastos@jcnet.com.br

Polícia Civil/Divulgação

Dois celulares e maquininha do investigado foram apreendidos
Dois celulares e maquininha do investigado foram apreendidos

A Polícia Civil investiga um morador de Bauru suspeito de vender um software malicioso a entregadores que, por meio de fraude, aumenta a distância entre os pontos de delivery e, consequentemente, o valor pago pela plataforma iFood pelos deslocamentos. Nesta terça-feira (27), ele, que também seria usuário do programa, relata que chegou a faturar cerca de R$ 800,00 por mês apenas com o comércio do sistema.

R.G.M. (somente as iniciais foram divulgadas), de 33 anos, foi identificado no âmbito de inquérito policial instaurado pela 4.ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco/4.ª Seccional/Decap), de São Paulo, que apura a autoria, materialidade e circunstâncias de crimes de furto qualificado mediante fraude e associação criminosa, praticados por entregadores do iFood com a utilização dos softwares maliciosos "Facematch Paralelo" e "GPS Paralelo".

Nesta terça-feira (27), equipes da Cerco, com apoio de policiais civis da 1.ª Delegacia de Investigações Gerais (1.ª DIG) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Bauru, cumpriram buscas em um imóvel situado no Pousada da Esperança, em endereço relacionado a R.G.M.

"Segundo apurado pela Cerco/4.ª Seccional/Decap, em síntese, o aplicativo denominado 'Facematch Paralelo' é utilizado para fraudar o mecanismo de reconhecimento facial mantido pelo iFood, permitindo a suposta impunidade de crimes praticados por falsos empregadores, que se utilizam de cadastros de terceiros para praticar delitos diversos, como os famigerados 'golpes de maquininha'", explica o delegado Gustavo Bertho Zimiani, da 1.ª DIG/Deic.

Já o aplicativo denominado "GPS Paralelo" se destina a falsear a localização de entregadores, permitindo-lhes auferir maiores taxas de entrega por deslocamentos que não são realizados efetivamente.

Então, durante as buscas no Pousada da Esperança, foram apreendidos dois celulares e uma máquina de cartão própria para pagamentos do iFood, pertencentes ao R.G.M., que serão submetidos à perícia técnica.

"Formalmente inquirido na sede da Deic, o investigado assumiu que, após uma experiência inicial como usuário do 'GPS Paralelo', que utilizava para para burlar rotas no iFood, aumentando a distância entre as entregas e, consequentemente, o valor recebido pelos deslocamentos, passou a atuar como revendedor da ferramenta, na condição de administrador de uma comunidade do WhatsApp especificamente destinada à comercialização desse tipo de software, hoje integrada por mais de 1 mil participantes", detalha Zimiani.

O investigado ainda afirmou, segundo o delegado, que vinha exercendo tal atividade ilícita até os dias atuais, chegando a obter cerca de R$ 800,00 mensais com a revenda do "GPS Paralelo", software empregado para burlar mecanismos de segurança do iFood e, assim como o "Facematch Paralelo", é programa viabilizador de diversas práticas ilícitas que ultimamente têm causado grande prejuízo à administradora e a usuários da plataforma.

Após ser ouvido, o investigado foi liberado. As investigações prosseguem a fim de identificar outros envolvidos no suposto esquema criminoso.

Por meio de nota, o iFood alegou que "repudia qualquer tipo de atividade fraudulenta e faz ações constantes para mitigar, ao máximo, essas práticas". E pontuou, ainda, que não comenta investigações em andamento, mas colabora com as autoridades.

Receba as notícias mais relevantes de Bauru e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

1 COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.

  • Tati
    28/02/2024
    Estes cibercrimes já eram previstos pelo o Sociólogo Paul Virgílio, no livro “A bomba Informática”...