TRÂNSITO

Emdurb: critérios técnicos inviabilizam 91% dos pedidos de lombadas em Bauru

Por Bruno Freitas | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Bruno Freitas
A lombada mais recente construída em Bauru, na quadra 20 da rua Presidente Kennedy, em frente à Emef Santa Maria
A lombada mais recente construída em Bauru, na quadra 20 da rua Presidente Kennedy, em frente à Emef Santa Maria

A Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb) recebe por parte da população grande volume de pedidos de novas lombadas na cidade, mas um percentual ínfimo é aprovado. Isso porque os critérios técnicos de engenharia de tráfego inviabilizam 91% dos pedidos, informa a empresa municipal. E do total aprovado (9%), menos da metade sai do papel por dificuldade operacional. A Emdurb admite não dispor de equipe para este tipo de serviço e explica que será socorrida pela Secretaria de Obras, por meio de um ajuste de trabalho.

Em 2023, munícipes requisitaram 269 destes obstáculos, mas apenas 10 deles foram instalados. Em outros 14 endereços, as pedidos também foram aprovados porque atendem critérios técnicos, porém deixaram de ser construídos por falta de equipe da Emdurb (veja quadro). Neste ano, apenas uma foi construída nestes dois primeiros meses e outras 19 estão em análise.

O diretor de Trânsito e Transporte da Emdurb, Flávio Jun Kitazume, explica que as aprovações são norteadas por resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). “Elas (lombadas) são importantes, mas devem ser exceção, e não regra. É preciso avaliar o declive, sendo um grau máximo de 6% para evitar acidentes. Deve ser feita de modo a não quebrar suspensões e também não ter como consequência danos nas estruturas físicas de imóveis. Outro ponto avaliado é o de não acumular água de enxurradas, que pode ser canalizada para dentro de residências. Estes obstáculos têm benefícios, mas existem efeitos colaterais”, detalha Kitazume.

AJUSTE

Com relação ao total aprovado e não executado, Kitazume informa que até dezembro de 2023 a empresa municipal tinha contrato com a prefeitura para analisar, aprovar e também construir as lombadas. Porém, admite que a empresa não consegue implantá-las por não possuir usina de asfalto e equipamentos de transporte. “Não temos equipe própria e o valor para terceirizar seria impraticável. Agora fizemos um ajuste operacional com a Secretaria de Obras e a velocidade será maior”, acrescenta o diretor.

OBRAS

De acordo com o diretor da Secretaria de Obras, Etelvino Zacarias (Téo), a pasta vai absorver toda a demanda que a Emdurb não for capaz de executar. Uma delas, inclusive, já foi feita recentemente, na quadra 20 da rua Presidente Kennedy, em frente à Emef Santa Maria, na Vila Cardia. Com otimismo ele acredita que vai possível tirar do papel toda a demanda atrasada na Emdurb já partir de março, sendo possível construir até uma lombada por dia.

SINALIZAÇÃO

Se a gestão de novas lombadas ainda precisa ser equilibrada, por outro lado, a Emdurb investiu na melhoria da sinalização vertical (placas) e horizontal (pintura de solo) da cidade. No ano passado, foram realizados 216.350,42 metros quadrados de sinalização com pintura de lombadas, faixa de pedestres, placa de pare e vagas de estacionamento. Estes números correspondem a 193% a mais do que em 2022.

Naquele ano foram executados 111.551,18 metros quadrados. Também foram implantadas ou substituídas 6.830 placas de sinalização em 2023, informa a assessoria de imprensa da Emdurb. Essa melhoria na sinalização é um dos fatores que auxiliaram na diminuição dos acidentes de trânsito e também contribui com o aumento da receita para a Emdurb.

Áreas escolares estão no topo de prioridades para lombadas (foto: Bruno Freitas)
Áreas escolares estão no topo de prioridades para lombadas (foto: Bruno Freitas)

Comentários

2 Comentários

  • Luiz C. Pereira 28/02/2024
    Anos atrás, era morado da Rua Felipe Pardo, no Jardim Alto Alegre e solicitei à Emdurb a implantação de um obstáculo na quadra 2 dessa rua. A Emdurb enviou um engenheiro ao local para análise técnica e o mesmo constatou que aquele local não necessitava de um obstáculo, mas que era necessário, sim, a implantação de um no início da quadra 1. Achei muito estranho, pois o início da quadra 1 é o início da rua para o veículo que está adentrando a ela e é o final da rua para o veículo que está saindo dela. Em ambas as situações, visto que é uma via de mão dupla (ou pelo menos era), o tráfego é naturalmente mais lento. E assim a esquina com a Rua Marçal de Arruda Campos continuou sofrendo vários acidentes de trânsito.
  • Marcelo Raul Nascimento 27/02/2024
    A pergunta é simples: Por que ainda existe a EMDURB? Empresa que não consegue fazer nada direito. Ela já deveria ter sido fechada há muito tempo. Só serve para cabide do executivo.