
O número de mulheres que tiveram filhos após os 40 anos aumentou 18,3% no ano passado, na comparação com 2022. Os dados são da Maternidade Santa Isabel, que é referência do SUS em Bauru para a realização de partos em geral, bem como de partos de risco para outros 17 municípios da região.
Em 2023, 84 mulheres entre 41 e 48 anos deram à luz na unidade, o que representa 2% do total de 3.547 partos realizados no ano. Já em 2022, 71 gestantes tinham esta faixa etária no dia do nascimento do bebê.
Por outro lado, a quantidade de partos entre jovens de 12 a 20 anos caiu 6,3% em um ano. Em 2023, 623 tinham esta idade quando deram à luz, o que corresponde a 17,5% do total de procedimentos registrados. Já no ano anterior, 665 meninas até os 20 anos haviam sido mães.
Médico ginecologista e obstetra das redes pública e privada de Bauru, Sérgio Henrique Antonio comenta que as estatísticas acompanham uma tendência mundial, em que um número cada vez maior de mulheres adia os planos da maternidade para focar, por exemplo, nos estudos e na estruturação de uma sólida carreira profissional.
"Muitas acabam tendo uma gravidez tardia porque, só nesse momento, estão com estabilidade financeira, ou em um relacionamento sólido ou, ainda, com condições emocionais para serem mães", relata ele, que também é diretor de Atenção à Saúde da Fundação Estatal Regional de Saúde da Região de Bauru.
Pesquisa recente do Datasus corrobora esta tendência. De acordo com o departamento, vinculado ao Ministério da Saúde, no Brasil, o número de mulheres que foram mães após os 40 anos aumentou 49% nas últimas duas décadas. Já na faixa etária de 30 e 39 anos, a alta foi de 61,4%.
EVOLUÇÃO
Além da mudança comportamental, a evolução da medicina, com a possibilidade de métodos de reprodução assistida a mulheres com dificuldades para engravidar, como é o caso da fertilização in vitro (FIV) e da inseminação artificial, também contribuiu para a ampliação de gestações tardias bem-sucedidas. Pelo SUS, este tipo de procedimento chegou a ser oferecido em Bauru no passado, mas, atualmente, a unidade de referência do município é o Hospital das Clínicas de Botucatu.
Sérgio Henrique Antonio explica que são consideradas tardias gestações a partir dos 35 anos, quando a qualidade dos óvulos começa a diminuir e, por isso, as chances de engravidar, bem como o risco de complicações para a mãe e o bebê, passam a aumentar.
"Após os 40 anos, há um risco maior de a mulher desenvolver diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e até eclâmpsia, com risco de morte materna e fetal. Além disso, muitas já têm doenças preexistentes que podem complicar a gravidez, como obesidade, hipertensão e diabetes", comenta.
Já o bebê, devido à idade da mãe, corre mais risco de parto prematuro ou de nascer com cromossomopatia, que resulta em síndromes, incluindo o Down. "Por isso, esta paciente precisa ter um pré-natal mais bem acompanhado pelo médico, com maior atenção a qualquer alteração, por mais inofensiva que pareça, e maior frequência de ultrassom e exames, como o de glicemia e tireoide", completa.
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luis roberto romero 16/01/2024Hoje está mais fácil ser mãe. As crianças são tratadas com celular. Dê um celular na mão da criança, não precisa amamentar, nem mamadeira, ela vai crescer rápido, independente e feliz. E vai ser uma nhonha.