OPINIÃO

Educação a distância é inclusiva

Por José Munhoz Fernandes | 10/01/2024 | Tempo de leitura: 3 min

O autor é professor e coordenador do Núcleo de Educação a Distância do Centro Universitário de Bauru – Instituição Toledo de Ensino (ITE) e doutor em Educação Escolar pela Unesp

A história da educação a distância (EaD) no Brasil pode ser contada a partir do ano de 1904, quando eram oferecidos cursos de datilografia por correspondência. Na década de 1920, evolui com a oferta de vários cursos profissionalizantes transmitidos via rádio, com o apoio de material didático impresso que era entregue via correios aos estudantes em suas casas. Nas décadas de 1940 e 1950, amplia-se com o surgimento de escolas tradicionais e pioneiras nesta modalidade de ensino, como o Instituto Monitor e o Instituto Universal Brasileiro.

Nas décadas de 1960, 1970 e 1980, várias iniciativas de EaD ampliam o acesso à educação, promovendo o letramento e a inclusão social de adultos, com uma perfeita convivência entre os recursos disponíveis na época e utilizados pelas instituições de ensino: rádio, material impresso e posteriormente a TV (telecurso).

Hoje, modernas e interativas plataformas digitais denominadas de Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), dotadas dos mais variados recursos de tecnologia da informação e comunicação comprovam que a educação a distância acompanha a evolução tecnológica.

Foi na década de 1990 que as primeiras instituições de educação superior brasileiras formalizaram suas iniciativas de ofertar cursos superiores a distância. Com isso, em 1996, o Ministério da Educação (MEC) cria a Secretaria de Educação a Distância, passando o Brasil a contar com uma legislação regulatória sobre esta modalidade de ensino.

O crescimento da educação superior a distância em nosso País é incontestável. Dados do MEC - INEP registrados no Censo da Educação Superior brasileira de 2022, divulgados em outubro de 2023, mostram que a oferta de cursos nesta modalidade cresceu 189% no período de 2018 a 2022, sendo que em 2021, nas IES privadas, pela primeira vez o número de alunos matriculados na EaD ultrapassou o presencial.

Além da autonomia sobre o seu próprio aprendizado, um curso superior na modalidade EaD proporciona ao aluno mais praticidade e flexibilidade para estudar e percorrer a sua jornada de formação de acordo com a sua rotina, porém, exige muito mais disciplina no processo ensino-aprendizagem. Isso é um fator importante no momento de decidir por um curso a distância. Quando analisado sob o aspecto econômico, um curso superior a distância requer investimentos menores, o que torna esta modalidade de educação mais inclusiva, possibilitando a realização do sonho de muitas pessoas (cujos recursos financeiro e tempo são escassos).

Mas isto não pode ser um fator decisivo sobre que curso fazer e em qual faculdade. É fundamental que a escolha seja feita por uma instituição de ensino reconhecida pelo MEC e que tenha longa tradição e qualidade naquilo que faz de melhor: educar para a vida e para o mercado de trabalho.

Pode-se afirmar que atualmente a educação a distância no Brasil está consolidada, tanto no que se refere a qualidade de seus cursos quanto no reconhecimento do mercado de trabalho. E muito desta consolidação se deve à seriedade da maioria das instituições que oferecem cursos nesta modalidade e também ao brilhante trabalho que a Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) faz no Brasil: o de defender e apoiar uma educação a distância de qualidade, que a cada dia se torna mais inclusiva.

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