OPINIÃO

Desafios no trânsito urbano: a crescente falta de Empatia nas vias

Por 1º Ten. PM Júlio César Pereira da Silva | 27/12/2023 | Tempo de leitura: 2 min

O autor é comandante do Policiamento de Trânsito de Bauru

Fazemos aqui reflexões sobre como a falta de consideração no trânsito afeta a convivência e a segurança de todos. No frenético cenário do trânsito urbano, uma problemática que vem se destacando de forma preocupante é a crescente falta de empatia entre os condutores. O que deveria ser um espaço de convivência e colaboração, muitas vezes se transforma em um campo de tensões e impaciências, onde a cortesia e a consideração parecem ter sido substituídas pela pressa e indiferença.

Um Trânsito Sem Rosto

A falta de empatia reflete-se na maneira como os motoristas interagem uns com os outros. Atrás de volantes, muitos parecem esquecer que cada veículo é conduzido por uma pessoa, com suas próprias preocupações e pressas. A consequência é um trânsito onde a solidariedade dá lugar à competição, tornando o deslocamento diário uma experiência estressante.

Impactos na Segurança

A ausência de empatia contribui diretamente para o aumento dos acidentes no trânsito. A pressa em alcançar destinos e a impaciência geram ultrapassagens arriscadas, desrespeito às normas de trânsito e, em casos extremos, agressões verbais e físicas entre condutores. Essa falta de consideração não apenas coloca em risco a segurança de todos os envolvidos, mas também cria um ambiente hostil nas vias.

Papel da Empatia na Humanização do Trânsito

É imperativo resgatar a empatia como elemento central na dinâmica do trânsito. Isso envolve não apenas respeitar as regras, mas também reconhecer o outro como um ser humano com direitos e necessidades. Gestos simples, como ceder a vez em uma conversão ou permitir a passagem de um pedestre, podem transformar a atmosfera caótica das vias em um ambiente mais civilizado e seguro.

Ética e Cidadania podem ser caminho para soluções

No complexo universo do trânsito, a ética e a cidadania emergem como elementos fundamentais para promover soluções e tornar a convivência nas vias mais harmoniosa. Pautar as atitudes de forma a não prejudicar a si mesmo e aos outros é, indiscutivelmente, uma característica intrínseca a um condutor ético. Conhecer os próprios direitos, exigi-los quando necessário, e estar ciente das obrigações, cumprindo-as, são atributos inerentes a um condutor cidadão.

Essas características não apenas definem um condutor responsável, mas também têm o po-der de transformar o ambiente entre os usuários das vias. O conjunto de atitudes éticas e cidadãs pode desempenhar um papel crucial na transformação do clima entre os usuários das vias. O respeito mútuo e a consciência individual contribuem para um trânsito mais organizado e seguro, construindo uma cultura onde o coletivo prevalece sobre o individual.

Em resumo, a ética e a cidadania no trânsito não são apenas conceitos abstratos, mas sim ferramentas poderosas para moldar um ambiente viário mais seguro, respeitoso e colaborativo. O desafio está em cada condutor assumir esses princípios como guias para suas ações, construindo juntos um trânsito mais humano e consciente.

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1 COMENTÁRIOS

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  • Tati
    28/12/2023
    Um grande problema é que o brasileiros não enxerga o trânsito como colaborativo e que ninguém deve estar no trânsito pra brigar e sim, um ajudar o outro...