OPINIÃO

Suplementos alimentícios

Por Adilson Roberto Gonçalves | 08/12/2023 | Tempo de leitura: 1 min

O autor é pesquisador da Unesp - Rio Claro

Vivemos o paradoxo de uma abundância de produção de alimentos que convive com inadmissível e inexplicável fome, desnutrição e obesidade. Paralelo a isso, há uma corrente de produção de suplementos alimentícios que, à parte de necessidade e vantagem em alguns casos, caminham para uma prática de charlatanismo midiático.

Assim, foram muito importantes as considerações sobre tais suplementos alimentícios na reportagem de Alice Callaham veiculada no Estadão em 29/11 ("Suplemento alimentar faz bem ou não?"). A ciência dos alimentos estuda a fundo o que acontece com o que é ingerido dentro do estômago e do intestino, pois fórmulas milagrosas, como o colágeno, se decompõem nesses ambientes antes de chegar ao alvo. Ademais, a quantidade de insistentes e irritantes propagandas de suplementos na tv por assinatura não segue qualquer regulação e deve movimentar rios de dinheiro. Alguns exemplos desses comerciais são os da ora-pró-nóbis, de suplementos vitamínicos, de estimulantes eréteis e por aí vai, usando atores famosos como Kadu Moliterno e Lucinha Lins.

O que antes era motivo de anedota tornou-se algo sério porque muita gente está adquirindo e consumindo esses produtos. Quando eles vão parar em formulações prescritas por médicos, temos a dimensão do quão nocivas são essas propagandas. O uso de controversos produtos vendidos como medicamentos causa reações e disfunções e até mortes, como vimos com a cloroquina, remédio para malária, vendida por negacionistas contra a covid-19. Foi um terror que continua com outros produtos e promotores. A presunção de saúde está, literalmente, à venda.

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