COLUNISTA

Obediência ou morte

Por Carlos Brunelli | 19/11/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Nas prateleiras das livrarias o que não falta são livros de autoajuda, todos garantindo sucesso em poucas semanas; sete ou dez passos; prometendo infalível empoderamento; oferecendo matrizes gráficas para o leitor se situar antes de iniciar o processo de execução; curvas e índices inspiradores a atestar a real possibilidade de alcance do objetivo. Em comum, quase sempre, a promessa de uma vida independente: independência financeira; independência mental; independência relacional, independência moral.

Àqueles que não são dados à leitura, por preguiça ou falta de poder aquisitivo, a tecnologia, as redes sociais e a mídia eletrônica fazem o papel das livrarias, divulgando pensamentos, perspectivas e dicas de figuras alçadas a ídolos das metodologias vencedoras, autodenominados de gurus, influencers e coaches.

Com ar professoral, debochado, casual ou simplesmente expondo a rotina de suas vidas aparentemente bem-sucedidas, essas pessoas "ensinam" a atingir a tal da independência. Um prato cheio para essa sociedade que corre desenfreadamente em busca de liberdade nos costumes, subvertendo práticas consolidadas ao longo de séculos, tudo em nome da independência.

Para atingi-la, o método é o que menos importa, regras e ética são deixadas de lado se necessário - e quase sempre o é - e caráter normalmente é tratado com condescendente relatividade. E para quê tanto empenho? Para talvez arrogantemente manifestar que não se subordina a nada ou a ninguém; para ditar sua própria justiça, seu próprio padrão comportamental.

A bíblia, no entanto, desfila livros e livros, capítulos e mais capítulos a demonstrar que o homem é incapaz de, por si só, por suas próprias forças, independentemente, dar sequência à sua vida. Basta um querer de Deus e pronto! Tudo acabado.

Foi assim desde o princípio, no Éden, quando Adão e Eva buscaram independência do Criador, pela tentativa de adquirir o conhecimento do bem e do mal e, assim, a Ele se igualar. Foram sumariamente expulsos do Paraíso e da presença de Deus. Outros personagens bíblicos, individual ou coletivamente como no Êxodo, rebelaram-se à obediência ao Senhor e sofreram as consequências.

Esses ensinamentos - sim, esses são genuínos ensinamentos - porém parecem não ter atingido uma parcela significativa da humanidade, quem sabe mais interessada nos tais enganosos livros de autoajuda, do que na verdade emanada da Palavra de Deus. A bíblia não é um livro fácil de ler, porque ela nos confronta o tempo todo, expõe as nossas fraquezas e mazelas, não doura a pílula nem disfarça sua repreensão. Mas, em contrapartida, nos mostra o caminho da salvação se simplesmente reconhecermos nossas falhas e decidirmos por, doravante, obedecer a Deus. "Se confessarmos nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar" (1 João 1.9).

A confissão de nossos pecados tem a função de nos libertar, de aliviar as nossas consciências e nos iluminar se humilde e honestamente assumirmos as nossas transgressões, mas a maioria de nós prefere fingir que é forte o suficiente para continuar independente. A rebeldia, a impetuosidade humana em se desgarrar do compromisso com seu Criador gera a morte. A submissão, a obediência, ao contrário, nos coloca em rota de alcançar a vida eterna: "Bem-aventurado aquele cujas transgressões são perdoadas e seus pecados apagados". "Pois em ti, Senhor, está a fonte da vida; na tua luz, vemos a luz" (conf. Salmo 32.1 e 36.9). Não pode e não deve ser uma decisão assim tão difícil de tomar, não é?

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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