Uma das maiores produtoras de celulose solúvel e celulose especial do mundo, com sua mais robusta operação em Lençóis Paulista, a Bracell anunciou uma agenda estratégica de sustentabilidade, com 14 metas a serem alcançadas até 2030. A iniciativa está focada em atender os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) para proteção do meio ambiente e do clima e valorização da comunidade, temas considerados urgentes.
A divulgação ocorreu na última terça-feira (31), na Capital, durante o painel "Bracell 2030: construção de um legado para um futuro sustentável", que contou com a presença de autoridades e jornalistas, incluindo a reportagem do Jornal da Cidade, a convite da empresa. Na abertura do evento, o presidente da companhia, Praveen Singhavi, citou que, entre as metas, estão a redução das emissões de gases de efeito estufa, do consumo de água e de substâncias químicas nos processos produtivos, além do compromisso em, até 2025, conservar um hectare de vegetação nativa para cada hectare de eucalipto plantado.
Ele destacou, ainda, que, com este propósito, a Bracell já vem investindo continuamente, ao longo dos anos, em tecnologias de ponta para promover melhor eficiência em suas operações industriais e florestais. "Florestas, água, solo e clima estão intrinsecamente ligados ao nosso negócio. Ao considerar isto e colocar as pessoas e as comunidades no centro de tudo o que fazemos, podemos desempenhar o nosso papel na transição para um mundo mais inclusivo e sustentável", afirmou, acrescentando que a empresa seguirá ampliando projetos sociais para geração de renda, especialmente entre mulheres jovens pertencentes a populações tradicionais, como indígenas e quilombolas.
Márcio Nappo, vice-presidente de sustentabilidade e comunicação da Bracell, comentou que ações com foco na sustentabilidade ocorrem em toda a cadeia de produção da empresa. E, para os próximos sete anos, algumas metas foram estabelecidas. Entre elas, está a preservação de áreas de vegetação nativa na mesma proporção das de eucalipto plantado pela empresa. "É uma iniciativa inédita para proteger a biodiversidade e os habitats em escala. No ano passado, alcançamos 82% da meta", destacou.
Pelo Bracell Social, focado em projetos voltados à educação, geração de renda e valorização das culturas locais, a meta é ampliar, de 120 mil pessoas no ano passado para 150 mil em 2023, o número de beneficiados com projetos apoiados pela companhia. Já entre os compromissos a serem alcançados até 2030, está a redução em 75% das emissões de carbono por tonelada de celulose, por meio de ações que já estão sendo adotadas, como a substituição de caminhões a diesel por elétricos e instalação de painéis solares.
"Além disso, iremos remover cerca de 25 milhões de toneladas de CO2 equivalente da atmosfera, entre 2020 em 2030, o que corresponde à retirada, das ruas, de cerca de 10 milhões de carros", acrescenta. Outra medida será implantar, até 2025, um sistema de torres de fluxo para medir o balanço de carbono e uso de água nas florestas de eucalipto e áreas de vegetação nativa.
"Iremos, ainda, reduzir em 47% o consumo de água, atingindo, em 2030, a marca de 16,6 metros cúbicos por tonelada de celulose. Também reduziremos em 90% o volume de resíduos sólidos industriais enviados para aterro, atingindo cerca de cinco quilos por tonelada. E, para avançarmos ainda mais, estamos construindo, em parceria com a Veólia, líder mundial de soluções para tratamento de resíduos, uma planta para produção de fertilizantes a partir de sulfato de potássio proveniente da produção de celulose. Eles serão usados em nossa área florestal", frisa.
A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, Natália Resende, também participou do evento e destacou que, em meio a mudanças climáticas, empresas, assim como gestores públicos, precisam estabelecer metas de curto, médio e longo prazos para aliar desenvolvimento com sustentabilidade.
Após a apresentação das metas, houve um painel de debate mediado pela jornalista Christiane Pelajo, com participação do economista, ex-governador do Espírito Santo e presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung; a diretora de gestão corporativa da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Liv Costa, o presidente da WWF-Brasil, Mauricio Voivodic, e o vice-presidente de assuntos corporativos da Bracell, Luiz Dutra; sobre como as empresas podem avançar ainda mais na agenda de sustentabilidade, tema que, segundo os painelistas, precisa ser tratado com urgência e prioridade por toda a sociedade.
A Bracell também se comprometeu, até 2030, a conservar 230 mil hectares de mata nativa em áreas públicas de proteção ambiental nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Bahia, onde tem operações, além de reforçar a proteção de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Pretende, ainda, dobrar, de três para seis, o número de áreas certificadas para soltura de animais no Estado de São Paulo e apoiar dez projetos de pesquisa por ano sobre conservação e biodiversidade.
Já dentro do ambiente de trabalho da empresa, a meta é atingir a proporção de ao menos 30% de mulheres em cargos de liderança e obter ao menos 90% de avaliações positivas entre os colaboradores sobre respeito, inclusão e equidade. E pelo Bracell Social, o objetivo é aumentar em 20% a renda das famílias que participam dos projetos e em 30% a proficiência em português e matemática em escolas públicas que possuem iniciativas apoiadas pela empresa.
Comentários
2 Comentários
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Felipe Cornélio lagar iunes 06/11/2023Show, excelentes contribuições. Porém, são todas médio e longo prazo. Mas é um começo.
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APARECIDO DE OLIVEIRA LIMA 04/11/2023Conversa mole o eucalipto seca todas as fontes de água em 20 anos a região de Bauru vai estar seca pois o eucalipto é 100% água consome uma água violentamente e a BRACEL sabe disso oremos