COLUNISTA

Decadência Humana

Por Hugo Evandro Silveira | 14/10/2023 | Tempo de leitura: 4 min

Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril

Convidamos todos a um momento de reflexão e oração, talvez precedido por um solene silêncio. É crucial que todos os cristãos, assim como todos os brasileiros de bem, percebam que vivemos em um momento singularmente grave no mundo. Vejamos:

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia já se estende por 1 ano e 8 meses, desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Nessa semana fomos surpreendidos por um conflito com potencial de desdobramento global, abarcando a possibilidade de um redesenho da geopolítica mundial, à custa de vidas, a grande maioria civis, incluindo idosos e bebês, tudo desencadeado pelo macabro ataque do grupo terrorista Hamas sobre a soberania do Estado de Israel. Nada mais demonstra a decadência humana em que estamos inseridos do que esta guerra revoltante na qual o Estado de Israel foi arrastado. Diante desse cenário insano, é espantoso ver pessoas defendendo o grupo terrorista Hamas, patrocinado pelo Irã, um dos países mais restritivos em termos de liberdade humana. Este grupo comete abusos e mata mulheres, idosos, crianças, cristãos e homossexuais sem o menor escrúpulo - vídeos e declarações estão disponíveis para comprovar os fatos. Especialistas têm esclarecido nos meios de comunicação que os membros desse grupo terrorista não valorizam nada e nem ninguém, nem mesmo suas próprias vidas. O que importa como meta é transformar o mundo em um Estado Islâmico e eliminar Israel do mapa a preço de muito sangue - do custe o que custar. Quem de são juízo e moral pode defender uma sordidez como essa? Quando a moral se torna relativa em várias áreas da vida, não há mais fundamentos para discernir entre bondade e maldade, entre o que promove o florescimento humano e o que é desumano. Que Deus utilize a espada do Estado para punir aqueles que praticam o mal e para assegurar e exaltar o bem e a justiça (Romanos 13.4). Por nossa parte, oremos pelos inocentes judeus e palestinos, para que Deus os alcance com Sua graça.

Além das guerras, o mundo foi abalado por três fortes terremotos, todos com magnitude superior a 6 na Escala Richter, que atingiram Papua-Nova Guiné, México e Afeganistão, causando perdas de vidas e muitos presos sob escombros.

No que diz respeito ao Brasil, estamos passando por um momento crítico. Na semana passada, ocorreu uma chacina na Barra da Tijuca que ceifou a vida de três médicos publicamente, sem o menor pudor, deixando um quarto gravemente ferido e famílias enlutadas. Infelizmente, episódios como esse estão se tornando comuns na cidade do Rio de Janeiro, que é a mais emblemática do nosso país. Além da gravidade desse acontecimento, outros tantos acontecem semanalmente e apontam para o poder do narcotráfico que influencia os rumos até da nossa justiça. "Milícias" e "traficantes" se tornaram termos corriqueiros na cidade do Rio e, possivelmente, em muitas das maiores cidades brasileiras. Isso evidencia o quão doente está nossa nação, não apenas fisicamente, mas também moral e espiritualmente. O que sustenta a viabilidade econômica do narcotráfico é o consumo de drogas, que se tornou naturalizado em nossa cultura decadente e é reforçado pela omissão e venalidade de setores estratégicos do Estado e, segundo relatos, até mesmo por segmentos dos órgãos de repressão.

Como se não bastasse, a sociedade brasileira enfrenta o grave problema da acolhida em instituições de alto escalão da República, incluindo o chamado "novo judiciário", da ADPF 442, que foi recebida e defendida pela ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, propugnando pela anulação dos artigos do Código Penal Brasileiro que determinam a prisão de quem interrompe a gravidez até o terceiro mês de gestação. É profundamente aviltante e insultuoso à dignidade, onde vidas inocentes e desprotegidas não sejam objeto de rigorosa proteção do Estado Brasileiro. É alarmante que uma parcela significativa da nossa elite, incluindo acadêmicos e juristas, bem como as gerações mais jovens, não se revoltem com a maldade desse genocídio que tentam normalizar em nosso país.

É tempo de oração e jejum. É tempo de humildade, de nos humilharmos com "saco e cinzas" (Neemias 9.1). É tempo de repelir com veemência a maldade dessas potestades e castas espirituais. É tempo de arrependimento, pelas nossas mãos manchadas de sangue, seja por omissão ou ação. Não é tempo para frivolidades, risos ou brincadeiras. É tempo de chorar. Que nossos ouvidos e olhos estejam atentos aos sinais que emanam do Trono Altíssimo, que governa sobre todas as coisas. E que venha o aguardado Dia da justiça divina barrar toda a decadência humana.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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1 COMENTÁRIOS

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  • Eduardo Peres
    17/10/2023
    Excelente abordagem, complemento sobre a incompetência do STF analisar faros que dizem respeito ao legislativo, pois os membros do STF não são eleitos pelo povo para decidir assuntos desta natureza, no caso, o aborto.