Hoje a sociedade busca constantemente por beleza, seja por meio da estética, da moda, dos exercícios físicos... Mas, afinal, o que é beleza? Será que todos nós temos a mesma percepção sobre o belo?
Em primeiro lugar, é importante diferenciar o "bonito" do "belo". O que é bonito se refere somente às questões estéticas exteriores, como harmonia de proporções, ou simplesmente ao que é agradável aos nossos olhos.
Mas a beleza vai muito mais além, envolve algo mais profundo. Você certamente já deve ter conhecido pessoas que, em um primeiro momento, não as considerou bonitas, mas, ao conviver e conhecer melhor essas pessoas, elas passaram a ser belas e admiráveis.
Quando enxergamos alguém como belo, é porque esse alguém expressa algo que admiramos, como força, gentileza, simpatia ou alegria. Uma pessoa bela é sempre admirada, porque tem conteúdo materializado com harmonia, e é completa em si. Essas virtudes ou qualidades são materializadas na imagem da pessoa. É a essência refletindo em seu exterior.
A beleza vai muito mais além do que a estrutura externa. Ela está relacionada com a estrutura interna que dá vida. E é essa estrutura interna com funcionalidade que chamamos de essência.
A essência dos seres está ligada com o cultivo da alma, com o exercício das virtudes, com o irradiar do que vem de dentro.
É preciso olhar o todo para encontrar a beleza. A inteireza faz sentido, pois se tem a construção de um todo harmônico. Inteireza significa que aquilo que é belo é completo em si, independentemente do que estiver à sua volta. Para isso, é preciso que se tenha conteúdo.
Além disso, a relação entre as partes deve estar em harmonia. Deve haver proporção entre elas. Quando a essência é externada, isso significa que a imagem irradia a sua essência, seu conteúdo, sem artifícios e com transparência.
Reflita
- A busca pela beleza não é algo que se atinge facilmente se o foco estiver somente no exterior. Por conta do contexto social, as pessoas deixam a essência de lado.
- Devido à globalização, a influência da internet, a rapidez com que as informações se propagam, vivemos hoje uma multiplicidade de estilos, o que possibilita maiores conflitos internos.
- As pessoas estão sempre buscando, mas a busca somente externa não preenche. Assim, corre-se o risco do verdadeiro propósito cair no esquecimento.
- Muitas vezes admiramos ícones de beleza de uma determinada época e simplesmente esquecemos que essas pessoas tiveram vidas exaustas e infelizes, uma vez que as suas imagens construídas fizeram com que elas se perdessem da sua essência.
- Uma pessoa não consegue ser bela tentando ser algo que não é. É possível criar numa pessoa uma imagem de força, por exemplo. Mas, se a pessoa não é forte, essa imagem não terá transparência e não será convincente, por não ter conteúdo. Será apenas uma máscara, talvez bonita, mas não bela.
- As pessoas esquecem que a individualidade é rica e boa e muitas vezes tendem a se enfiar em um molde que não cabe. O resultado? A pessoa começa se descaracterizar. Quando há inteireza de quem ela é, as partes não se desmembram, e há beleza nisso!
Sendo assim, podemos afirmar que a beleza não necessariamente precisa ser estética. A estética deve ser cuidada para alcançar o saudável, estar em contato com o “eu” e não somente para estar sempre bonito.
As pessoas estão desnorteadas muitas vezes por conta dessa falta de conexão com o interior somada a um conjunto de vozes que ditam regras e modismos sem muitas vezes ter conteúdo profundo ou valores congruentes.
Devemos cuidar das nossas escolhas, vontades, pensamentos e emoções para encontrar beleza nesses mesmos elementos. As pessoas tornam-se belas, sendo elas mesmas. Pense nisso!