PQ. ROOSEVELT

Erosão se aproxima da Nações e assusta; governo de Bauru estuda área

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Estela Almagro mostra a ‘altura’ do problema (acima e abaixo)
Estela Almagro mostra a ‘altura’ do problema (acima e abaixo)

Uma enorme voçoroca aberta há mais de uma década na região do Parque Roosevelt, em Bauru, se aproxima da avenida Nações Unidas Norte e preocupa moradores da região à medida em que ganha novas proporções. A erosão tem mais de 100 metros de comprimento, pelo menos sete metros de altura e é uma verdadeira faixa de separação entre o Roosevelt e o trecho norte da Nações Unidas.

Na sexta-feira (29), a vereadora Estela Almagro (PT), presidente da Comissão de Fiscalização e Controle, esteve no local acompanhada de lideranças de bairro e se surpreendeu com o tamanho do problema. "Se nada for feito, podemos ver em alguns meses ou anos a maior tragédia ambiental da história de Bauru", alerta a petista.

Nesta terça-feira (3), a vereadora vai presidir uma reunião pública na Câmara Municipal que pretende discutir o que está por trás da erosão e os caminhos para se reverter o problema. Foram convocadas as secretárias Pérola Zanotto (Obras), Gislaine Magrini (Meio Ambiente), além do coordenador da Defesa Civil Marcelo Ryal e o diretor da Secretaria de Obras, Etelvino Zacarias.

Para além da questão ambiental, a voçoroca é um risco também aos munícipes - moradores da região ou não.

Para quem está no lado do Parque Roosevelt, a erosão começa a poucos metros do final do cruzamento entre a rua Coronel Alves Seabra e a avenida Engenheiro Paulo Frontin. Por sorte há uma barreira de entulhos que impede a continuidade de algum veículo que eventualmente perder o controle na avenida - caso contrário, o automóvel seria engolido pela voçoroca.

A contenção na rua foi instalada pelos próprios munícipes que residem naquela região. Presidente da Associação de Moradores do Parque Roosevelt, Luiz Carlos da Silva, 59, é categórico ao afirmar que a erosão, nas proporções como está, "é uma tragédia anunciada".

Luiz mora no bairro há três décadas e conta que a voçoroca começou a se formar há pelo menos duas décadas. Ele próprio já solicitou auxílio de empresas de terraplanagem para evitar que a erosão tomasse parte do Parque Roosevelt e atingisse estabelecimentos e casas ao final da rua Alves Seabra.

O morador perdeu a conta de quantas reclamações já formalizou na Prefeitura Municipal - ele garante que foram dezenas delas -, mas lembra de cor o número de vezes que foi atendido: zero. "Sempre falam que não têm dinheiro", lamenta.

Ele reclama especialmente da falta de fiscalização sobre a voçoroca. "Imagine se crianças começarem a vir até aqui. Há o risco de que elas caiam de uma altura que gera risco até mesmo à integridade física delas", pontua.

Em nota, a Secretaria de Obras afirmou ao JC que contratou uma empresa para realizar estudos da área e avaliar a situação da erosão. "Isso ajudará a definir o projeto da rede de galerias das vias públicas, com o objetivo de direcionar as aguas pluviais o até o corpo d'água mais próximo, bem como a construção do dissipador", disse o governo.

A prefeitura destacou ainda que "vai elaborar o projeto de drenagem das ruas próximas com possível instituição de servidão de passagem até o Córrego do Castelo" e que "a erosão foi provocada pela ausência de mata ciliar nas margens do referido córrego, além de estar uma gleba particular".

Questionada se houve alguma autuação ao proprietário da gleba, a administração não respondeu.

O enorme “buraco” tem cerca de sete metros de altura e representa risco aos moradores (crédito: André Fleury Moraes)
O enorme “buraco” tem cerca de sete metros de altura e representa risco aos moradores (crédito: André Fleury Moraes)

Comentários

2 Comentários

  • Frank 06/10/2023
    Pela informação na própria reportagem essa voçoroca tem mais de 01 (uma) década de existência, então vejamos o Governo Municipal do Sr Rodrigo Agostinho, tendo como vice a Srª Estela, iniciou-se em 2009 e finalizou em 2017, podemos então concluir que esta erosão nasceu durante essa gestão e continuou na gestão do Sr Gazeta (ambos ambientalistas) e nada foi feito para evitar chegar a este ponto???? Por que? Está e minha pergunta.
  • Tati 03/10/2023
    Aí não foi investido em infraestrutura... tem q entrar pra lista de necessidades! E já tá na hora de povoar as Nações Norte, pra cidade se desenvolver!