Divulgado nesta semana, o projeto Observando os Rios, organizado pela SOS Mata Atlântica, revela que a qualidade da água do Rio Tietê em pontos monitorados na região de Bauru está entre boa e ruim. O melhor resultado foi alcançado no distrito de Rio Bonito, em Botucatu, em que 58 quilômetros de extensão do curso d'água foram avaliados em boas condições.
Trata-se de um avanço a ser comemorado na véspera do Dia do Rio Tietê, celebrado em 22 de setembro, já que, no levantamento do ano passado, o mesmo ponto havia sido avaliado como ruim. Além deste trecho, somente outro, de 61 quilômetros, da nascente, em Salesópolis, até Mogi das Cruzes, recebeu classificação boa. Ao todo, são 576 quilômetros monitorados pela entidade, de Salesópolis até Barra Bonita, a jusante da eclusa.
Na região, a água do rio também é analisada em um ponto em Barra Bonita, com classificação regular em 2023 e 2022. Já em 2010, os dois trechos foram considerados regulares. Nenhum ponto supervisionado nos 576 quilômetros teve qualidade da água classificada como ótima.
Segundo a SOS Mata Atlântica, o Tietê em Botucatu ficou com qualidade ruim em 2022 pelo impacto da transferência de sedimentos contaminados provenientes da abertura da barragem de Pirapora do Bom do Jesus. A descarga com altas concentrações de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) piorou a qualidade da água em cerca de 300 quilômetros de extensão do rio abaixo. Até então, aquele ponto vinha mantendo a qualidade da água permanentemente em condição boa.
O estudo deste ano, baseado no monitoramento realizado de setembro de 2022 a agosto de 2023, mostrou que a mancha de poluição no rio Tietê cresceu 31%, avançando de 122 para 160 quilômetros de extensão, concentrados entre Suzano a Cabreúva, passando por cidades da região metropolitana de São Paulo.
Por outro lado, a proporção de água de boa qualidade voltou a subir, de 60 quilômetros para 119 na atual medição. A maior parte monitorada, porém, se mantém em condição regular: 293 quilômetros, com quase todos os trechos localizados entre Itu e Barra Bonita. Quatro quilômetros não foram analisados.
