A Câmara Municipal de Bauru aprovou nesta segunda-feira (18) o pedido do governo Suéllen Rosim (PSD) que impõe regime de urgência à tramitação do Projeto de Lei (PL) que autoriza a administração a conceder o sistema de esgotamento sanitário do município à iniciativa privada.
A discussão de ontem se limitou à forma de condução do projeto na Casa e não envolveu o mérito da proposta, que ainda será debatida pelos parlamentares. Foram contrários ao regime de urgência apenas quatro dos 17 vereadores: Chiara Ranieri (União Brasil), Estela Almagro (PT), Júnior Lokadora (PP) e Eduardo Borgo (Novo).
A aprovação do requerimento da prefeita Suéllen ocorreu mediante protestos do Sindicato dos Servidores Municipais (Sinserm) e de servidores do Departamento de Água e Esgoto (DAE), contrários à proposta.
O regime de urgência limita para 20 dias úteis - o equivalente a um mês - o prazo para que todas as comissões deem parecer sobre o projeto. Depois, o texto precisa ser obrigatoriamente colocado em votação nas 10 sessões seguintes.
As comissões permanentes, no entanto, podem segurar o PL em plenário caso não tenham emitido parecer nos 20 dias úteis iniciais. Se o projeto não for votado nas 10 sessões previstas no regime de urgência, o mérito do texto terá de entrar na pauta e ser votado na décima primeira sessão subsequente.
Nenhuma outra proposta poderá ser analisada caso o PL não entre em votação, medida que pode travar a pauta legislativa.
A vereadora Chiara Ranieri (União Brasil) contestou o pedido do governo em plenário e afirmou que a administração quer impor "goela abaixo" a proposta que autoriza a concessão.
Estela Almagro (PT), também contrária à medida, convocou uma audiência pública para discutir o assunto na semana que vem.
Suéllen Rosim enviou à Câmara o PL da Concessão em junho. O governo previa prazo de até 90 dias para que os vereadores avaliassem a proposta, período que já se expirou.
Elaborada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), entidade vinculada à USP, a modelagem da concessão do esgoto em Bauru prevê a exploração do setor pela iniciativa privada por 30 anos.
Para além da finalização da obra da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vargem Limpa, o projeto prevê também a instalação de um emissário (um equipamento submerso de tratamento de esgoto) no Rio Bauru, a ampliação da ETE Tibiriçá e a modernização da ETE Candeia. Todas ficarão sob responsabilidade da nova concessionária.
Comentários
4 Comentários
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SERGIO JOSE DOS SANTOS 26/10/2023GOSTARIA DE DIZER AOS FAVORAVEIS A PRIVATIZACAO DO DAE QUE DEEM UMA OLHADA NAS CIDADES ONDE ISSO FOI FEITO E SE FICOU ASSIM TAO BOM COMO DIZEM QUE FICARA AQUI -
Nivaldo Gomes 20/09/2023ficou provado a incompetência dos prefeitos rodrigo, gazeta e Suelen, pois o dae é rica ,tem dinheiro oque faltou foi capacidade técnica dos presidente q ali passaram, agora fica uma dúvida pode ser por interesse essa concessão, pois muitas coisas ficam nos bastidores e a população não é avisada de todas as contra partidas, só na hora q chegar a conta que vão ver o grosso!!! -
APARECIDO DE OLIVEIRA LIMA 18/09/2023Tem que privatizar mesmo o DAE Bauru ficou obsoleto e inchado com funcionários de folhas altíssimas que não tem arrecadação que aguente isso aí aliás tem funcionário que apresenta casamento oferecendo Unimed é bandidagem venda logo e põe esse povo na rua -
ADRIANO APARECIDO SANTANA DE ANDRADE 18/09/2023O que vemos em Bauru com esta concessão será mais um empobrecimento do erário público quando os próprios servidores poderiam com tranquilidade gerenciar totalmente tal serviço, o que saí muito mais barato. A atual administração é neoliberal, bolsonarista e empobrecerá mais ainda o povo de Bauru, deixando um legado de mais miséria para a população.