COLUNISTA

Os sete pecados capitais Parte IV - Avareza

Por Carlos Brunelli | 17/09/2023 | Tempo de leitura: 3 min

O desejo incontrolado de adquirir e acumular riquezas, de possuir bens materiais, de obter mais e mais, de procurar ter e ter, em vez de preocupar-se em ser, mergulha o homem em um dos pecados mais severamente condenados nas Escrituras.

Embora seja legítima a aspiração de ascender em conforto, estabilidade e segurança futura através do alcance de coisas que o dinheiro possa comprar, novamente a transgressão existe quando isso se torna obsessão, quando ultrapassa os limites do razoável, quando transforma a mente humana de racional em obstinada.

A ideia de ter em desnecessária abundância, conquistar mais e melhores coisas pelo simples prazer de colecionar e ostentar, está intimamente ligada à perspectiva do poder. Aparentemente, o indivíduo que possui uma mansão de centenas de metros quadrados pode mais que aquele que possui uma moradia modesta. Da mesma forma, parece à primeira vista que o detentor de um carro popular não pode tanto quanto o que possui um veículo com dezenas de parafernálias comandadas computadorizadamente. Na imperfeita visão humana é mesmo assim.

Porém a bíblia e a prática nos demonstram que desta vida nada de material se leva. Jesus nos ensina: "não acumulem tesouros na terra, mas ajuntem tesouros no céu, onde nada os irá corroer" (Mateus 6.19). Também adverte que uma vida plena com Deus só é alcançada se fizermos a opção correta de a quem serviremos: se ao Senhor ou às riquezas, pois "ninguém pode servir a dois senhores; porque irá amar um e odiar o outro, ou irá se dedicar a um e desprezar o outro" (Lucas 16.13).

Por óbvio, o cobiçoso não tem como característica a caridade ou a generosidade, pois, em sua gana de acúmulo, dividir significa reduzir suas posses. Assim, o avaro vai se apequenando e se isolando, já que mesmo doar seu tempo lhe parece um desperdício e tudo que se assemelha a um gasto desnecessário não encontra abrigo em sua forma de ver o mundo.

Outro aspecto, tão triste quanto perigoso, é de o avarento cegar ante a realidades condenáveis para continuar em seu afã de acumulação; fechar os olhos para práticas socialmente deploráveis, em nome de seu ímpeto de angariar mais recursos e, assim, teoricamente mais poder. Um exemplo prático e atual é o de renomados esportistas, especialmente do mundo do futebol, cederem à tentação das ofertas milionárias de nações ditatoriais, déspotas e de liberdades civis cerceadas, ajudando os governantes de tais nações na tarefa de passar uma falsa imagem ao mundo, desta forma cacifando esses países a sediarem competições que os projetarão mundialmente.

Ao aliarem-se a líderes desses estados, mesmo que de forma indireta por aceitarem a sedução do tilintar da moeda, estão apenas cultuando o dinheiro e colecionando tesouros na terra, reduzindo seu papel humano apenas à quantidade de recursos acumulados, idolatrando o metal e voltando suas costas aos ensinamentos divinais. Essa falta de visão espiritual certamente trará suas consequências, inclusive podendo impactar na formação moral de seus descendentes, pois a bíblia ensina a não se prostrar diante de ídolos, sejam eles quais forem, "porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam" (Êxodo 20.5).

Se você recebeu a graça do recurso em abundância, agradeça a Deus não apenas com palavras de gratidão, mas também e principalmente com generosidade de ações caridosas, pois "embora a salvação não venha pelas obras, mas pela fé, somos criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais de antemão Deus preparou para que andássemos nelas" (Efésios 2.8-10).

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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