Nacional | Araçatuba | Bauru | Campinas | Franca | Jundiaí | Piracicaba | Rio Preto | Vale do Paraíba
TRAJETÓRIA
TRAJETÓRIA
Lima quase trabalhou nos EUA, mas a vida o encaminhou para a política
Lima quase trabalhou nos EUA, mas a vida o encaminhou para a política
Ex-supervisor da Volvo, atual chefe de gabinete da prefeita Suéllen Rosim começou como empacotador na antiga Casa Moreira
Ex-supervisor da Volvo, atual chefe de gabinete da prefeita Suéllen Rosim começou como empacotador na antiga Casa Moreira
Divulgação

Chefe de gabinete da Prefeitura de Bauru, o engenheiro Rafael Lima Fernandes cresceu numa Agudos menor do que é hoje e acompanhou a expansão não só da cidade onde passou a infância, adolescência e parte da vida adulta, mas também de uma Bauru que, quando criança, enxergava como metrópole.
Lima cresceu numa família estruturada, sem luxos, mas nunca escondeu dos pais a vontade de sair de casa. "Queria ter meu próprio dinheiro", lembra. Estudou numa escola particular, no instituto Nossa Senhora do Sagrado Coração, hoje o Objetivo de Agudos.
Já adolescente, quando na oitava série, se inscreveu para uma vaga na antiga Casa Moreira, hoje a unidade do supermercado Confiança na avenida Nações Unidas. Foi contratado.
"Eu morava perto do ponto de ônibus em Agudos e chegava da escola quase no horário da linha. Chegava em Bauru às 14h e ficava até 18h. Era empacotador, função que hoje já não existe em alguns lugares", conta.
Aos sábados, o trabalho começava pela manhã. E às vezes os empacotadores eram convocados a permanecer na jornada da tarde. "Era uma beleza. Ganhávamos almoço e o ganho do dia vinha dobrado. No final da tarde, sobravam salgados da padaria e dividíamos entre nós. Era uma festa".
Já no Ensino Médio, ingressou no curso técnico de informática e precisou deixar o trabalho. Mas não foi à toa: ele aprendeu os primórdios da programação e, no segundo ano do curso, começou um estágio numa escola do ramo. Detalhe: a vaga, não remunerada, era para auxiliar na reposição de aulas aos finais de semana. No domingo, por exemplo, ele abria a escola às 8h e saía às 18h.
Ele tinha pouco mais de 18 anos quando a MicroLins, empresa de cursos profissionalizantes, chegou a Agudos e abriu um processo seletivo para contratar professor de informática. Rafael fez a prova, passou e começou a trabalhar.
Pouco depois, uma indústria de induzidos de Pederneiras abriu vaga de estágio e convidou o então professor de informática para o trabalho. Ele cursava Administração na época e quase recusou a proposta - o estágio, afinal, pagaria menos do que a metade dos vencimentos do magistério. "Aceitei pensando na carreira", relata.
A decisão rendeu frutos. No segundo mês, ganhou aumento salarial. E progrediu na empresa. Mas foi convidado a uma entrevista de emprego na Volvo - um aceno que daria outro rumo à sua vida. Disputou a vaga com outras quatro pessoas, todas filhas de funcionários da multinacional, e acabou escolhido.
"Entrei como controlador de produção e coordenava esse setor numa fábrica de eixos que acabava de ser lançada", explica. Passou anos na função até que chegou a crise de 2008. "Houve várias demissões que afetaram funcionários com 30 anos de casa, por exemplo. Foi quando me convidaram para ser coordenador de logística", lembra. Foi quando Lima ganhou a primeira equipe para chamar de sua antes de se tornar supervisor.
A rotina empresarial o daria também momentos difíceis - muitos dos quais ele se lembra até hoje. "Um dos piores envolveu uma série de demissões que a diretoria exigiu. E tive de escolher entre um pai e um filho que trabalhavam empresa". Pesou na balança e decidiu poupar o filho, que tinha uma vida inteira pela frente e pôde permanecer na empresa.
Dias depois viveria um dos melhores momentos da carreira: encontrou o pai num supermercado e, meio desconcertado, o cumprimentou. O rapaz o abraçou. E agradeceu por manter seu filho. "Eu já tinha muito tempo de casa", disse a Rafael. A emoção foi inevitável.
Pela Volvo, Rafael conheceu o Brasil praticamente inteiro, países da América do Sul, França e a Coreia do Sul - para este último em específico ele nunca mais pretende voltar. "É uma boa experiência, mas muito cansativa", afirma. A maior conquista, no entanto, talvez tenha sido a graduação em engenharia de produção - que cursou enquanto trabalhava na empresa.
Chegou a receber um convite para trabalhar nos Estados Unidos. Claro que se animou com a proposta: a empresa daria a ele casa e locomoção, além do salário, e comunicou seu superior sobre o convite. Mas acabou gerando um mal-estar. "Ele [o superior hierárquico] ficou bravo porque a proposta foi enviada diretamente a mim, enquanto deveria passar por ele", lembra.
Ficou no Brasil. Decidiu deixar a Volvo depois de receber uma proposta melhor na Servimed, onde foi supervisor, e em 2016, depois das eleições, recebeu um convite para ser secretário de Educação do ex-prefeito Altair da Saúde (2017-2020), de Agudos. Era um mundo totalmente diferente do corporativo a que estava habituado. Mas topou. Em 2020, com a derrota de Altair nas urnas, se preparava para retornar à iniciativa privada e conheceu Suéllen Rosim, recém-eleita prefeita de Bauru. Está ao lado da mandatária até hoje.
Chefe de gabinete da Prefeitura de Bauru, o engenheiro Rafael Lima Fernandes cresceu numa Agudos menor do que é hoje e acompanhou a expansão não só da cidade onde passou a infância, adolescência e parte da vida adulta, mas também de uma Bauru que, quando criança, enxergava como metrópole.
Lima cresceu numa família estruturada, sem luxos, mas nunca escondeu dos pais a vontade de sair de casa. "Queria ter meu próprio dinheiro", lembra. Estudou numa escola particular, no instituto Nossa Senhora do Sagrado Coração, hoje o Objetivo de Agudos.
Já adolescente, quando na oitava série, se inscreveu para uma vaga na antiga Casa Moreira, hoje a unidade do supermercado Confiança na avenida Nações Unidas. Foi contratado.
"Eu morava perto do ponto de ônibus em Agudos e chegava da escola quase no horário da linha. Chegava em Bauru às 14h e ficava até 18h. Era empacotador, função que hoje já não existe em alguns lugares", conta.
Aos sábados, o trabalho começava pela manhã. E às vezes os empacotadores eram convocados a permanecer na jornada da tarde. "Era uma beleza. Ganhávamos almoço e o ganho do dia vinha dobrado. No final da tarde, sobravam salgados da padaria e dividíamos entre nós. Era uma festa".
Já no Ensino Médio, ingressou no curso técnico de informática e precisou deixar o trabalho. Mas não foi à toa: ele aprendeu os primórdios da programação e, no segundo ano do curso, começou um estágio numa escola do ramo. Detalhe: a vaga, não remunerada, era para auxiliar na reposição de aulas aos finais de semana. No domingo, por exemplo, ele abria a escola às 8h e saía às 18h.
Ele tinha pouco mais de 18 anos quando a MicroLins, empresa de cursos profissionalizantes, chegou a Agudos e abriu um processo seletivo para contratar professor de informática. Rafael fez a prova, passou e começou a trabalhar.
Pouco depois, uma indústria de induzidos de Pederneiras abriu vaga de estágio e convidou o então professor de informática para o trabalho. Ele cursava Administração na época e quase recusou a proposta - o estágio, afinal, pagaria menos do que a metade dos vencimentos do magistério. "Aceitei pensando na carreira", relata.
A decisão rendeu frutos. No segundo mês, ganhou aumento salarial. E progrediu na empresa. Mas foi convidado a uma entrevista de emprego na Volvo - um aceno que daria outro rumo à sua vida. Disputou a vaga com outras quatro pessoas, todas filhas de funcionários da multinacional, e acabou escolhido.
"Entrei como controlador de produção e coordenava esse setor numa fábrica de eixos que acabava de ser lançada", explica. Passou anos na função até que chegou a crise de 2008. "Houve várias demissões que afetaram funcionários com 30 anos de casa, por exemplo. Foi quando me convidaram para ser coordenador de logística", lembra. Foi quando Lima ganhou a primeira equipe para chamar de sua antes de se tornar supervisor.
A rotina empresarial o daria também momentos difíceis - muitos dos quais ele se lembra até hoje. "Um dos piores envolveu uma série de demissões que a diretoria exigiu. E tive de escolher entre um pai e um filho que trabalhavam empresa". Pesou na balança e decidiu poupar o filho, que tinha uma vida inteira pela frente e pôde permanecer na empresa.
Dias depois viveria um dos melhores momentos da carreira: encontrou o pai num supermercado e, meio desconcertado, o cumprimentou. O rapaz o abraçou. E agradeceu por manter seu filho. "Eu já tinha muito tempo de casa", disse a Rafael. A emoção foi inevitável.
Pela Volvo, Rafael conheceu o Brasil praticamente inteiro, países da América do Sul, França e a Coreia do Sul - para este último em específico ele nunca mais pretende voltar. "É uma boa experiência, mas muito cansativa", afirma. A maior conquista, no entanto, talvez tenha sido a graduação em engenharia de produção - que cursou enquanto trabalhava na empresa.
Chegou a receber um convite para trabalhar nos Estados Unidos. Claro que se animou com a proposta: a empresa daria a ele casa e locomoção, além do salário, e comunicou seu superior sobre o convite. Mas acabou gerando um mal-estar. "Ele [o superior hierárquico] ficou bravo porque a proposta foi enviada diretamente a mim, enquanto deveria passar por ele", lembra.
Ficou no Brasil. Decidiu deixar a Volvo depois de receber uma proposta melhor na Servimed, onde foi supervisor, e em 2016, depois das eleições, recebeu um convite para ser secretário de Educação do ex-prefeito Altair da Saúde (2017-2020), de Agudos. Era um mundo totalmente diferente do corporativo a que estava habituado. Mas topou. Em 2020, com a derrota de Altair nas urnas, se preparava para retornar à iniciativa privada e conheceu Suéllen Rosim, recém-eleita prefeita de Bauru. Está ao lado da mandatária até hoje.
Quer receber as notícias mais relevantes de Bauru e região direto no seu WhatsApp? Faça parte da comunidade JCNET/Sampi e fique sabendo de tudo em tempo real. É totalmente gratuito! Abra o QR Code.
Participe da ComunidadeQuer receber as notícias mais relevantes de Bauru e região direto no seu WhatsApp? Faça parte da comunidade JCNET/Sampi e fique sabendo de tudo em tempo real. É totalmente gratuito!
Participe da ComunidadeTV

#EDIÇÃO_581 - 04/10/2023

1 COMENTÁRIOS
A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.
Ainda não é assinante?
Clique aqui para fazer a assinatura e liberar os comentários no site.
Marcos Antônio de Souza Lima
16/09/2023