O presidenciável Javier Milei, candidato a presidente da Argentina mais votado nas eleições primárias, tem como uma das principais propostas econômicas dolarizar a economia do país. Isso já foi tentando pelo ex-presidente Carlos Menem, e não deu certo. A ideia é colocar o dólar em circulação e torná-lo moeda de curso forçado (deve ser aceito) no mercado argentino, com isso a moeda norte-americana substituiria o peso argentino. Se isso for efetivado o cidadão argentino teria tudo dolarizado, desde salários, compras e vendas de bens e serviços.

O que é dolarizar a economia (2)
O objetivo em dolarizar a economia argentina é conter a inflação, que está atualmente em 113,4% ao ano (base julho), e estabilizar a economia. Caso a medida seja aprovada, a Argentina estaria perdendo o direito de emitir sua própria moeda, perdendo também o controle sobre a moeda que usam. A Argentina ficaria dependente da entrada de recursos em dólares e seria fundamental ter reservas cambiais “confortáveis”, para garantir que as transações ocorrem normalmente. Decisão arriscada, posto que o país perderia controle sobre a taxa de juros, pois não teria moeda internamente e ainda para financiar sua dívida teria que emitir títulos em dólar. Em resumo: a política monetária ficaria prejudicada. Enfim, somente é possível se os cofres internos estivessem com grande volume de dólares, o que não é caso. Sem dólar para ofertar e circular, vai nascer o mercado paralelo, com o real valor do dólar, gerando desconfiança de toda ordem. Dificilmente daria certo.

Precisa comprar moeda estrangeira?
Quem precisa adquirir moeda estrangeira, como dólar e euro, a dica é se planejar e comprar aos poucos. Há sinais de fortalecimento do dólar frente a outras moedas e no caso do euro, ele está valorizado. Procure uma casa de câmbio, combine compras periódicas e solicite que monitorem as cotações e realizem as compras quando forem vantajosas. Com isso o preço médio vai ser compensador. Nada de zona de conforto, planejar é preciso.

Imóveis x Fundos Imobiliários
Muitos investidores gostam de investir em imóveis. Buscam segurança e fogem do mercado financeiro. Com o crescimento dos investimentos em Fundos Imobiliários vamos elencar as vantagens dessas aplicações no comparativo a compra dos imóveis: 1) menos burocrático do que comprar imóveis; 2) cotas com preços mais acessíveis do que um imóvel (há cotas abaixo de R$ 20); 3) permite investir em grandes empreendimentos; 4) tem um gestor focado na performance positiva do fundo: 5) rendimentos isentos de imposto de renda (imposto somente sobre o ganho de capital); 6) recebimento de dividendos frequentemente; 7) possibilidade de reinvestir os dividendos em novas cotas e 8) maior liquidez em relação ao imóvel. Procure um agente autônomo de investimento e considere investir nos fundos imobiliários. Atenção: conceitualmente é um investimento em renda variável, como o investimento em ações.

Títulos de capitalização
Muitos correntistas são abordados pelos gestores de sua conta para adquirirem Títulos de Capitalização. Não vou perder muito tempo nesse tema e serei direto: não é considerado um investimento, pois somente corrige pela inflação. Há perda de valor nos primeiros anos, ficando abaixo do valor investido. Para quem gosta de loteria, tudo bem, pois oferecem sorteiros periódicos. Em resumo: fuja desta modalidade.

Previdência Privada pode ser utilizada como garantia de empréstimos
Durante a viagem do presidente Lula para o encontro dos BRICS, o seu vice e presidente interino, Geraldo Alckmin, sancionou lei que permite o uso de valores de planos de previdência complementar aberta como garantia para obtenção de empréstimos bancários. Pela nova lei, quem tem esses planos fica autorizado legalmente a usar o direito de resgaste dos recursos como garantia em operações de crédito. A norma também permite o uso de seguros de vida em regime de capitalização, cotistas de Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi) e donos de título de capitalização. Falta ainda a regulamentação dos dispositivos da lei, que será efetivada pelo Conselho Monetário Nacional. Com essa nova lei a tendência é que os juros com essas garantias caiam.