REAJUSTES

Combustível não deveria subir ao mesmo tempo na bomba, diz ANP

A Arcomb, contudo, afirma que a transmissão é necessária para que os donos de postos tenham capital para recomprar os produtos

Por Larissa Bastos | 18/08/2023 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação

Agência Brasil

Postos de Bauru já tinham repassado o reajuste ao consumidor final nesta quinta (17) (veja também o quadro no final)
Postos de Bauru já tinham repassado o reajuste ao consumidor final nesta quinta (17) (veja também o quadro no final)

Já está valendo o aumento nos preços do litro da gasolina e do diesel anunciado pela Petrobras. A medida entrou em vigor somente na quarta-feira (16), contudo, motoristas de Bauru relataram que vários postos de combustíveis da cidade começaram a transmitir a elevação aos clientes já na terça-feira (15), dia em que o anúncio foi feito. Para a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), é inadequado esperar que os percentuais de reajuste sejam repassados, na mesma proporção e ao mesmo tempo, aos demais elos da cadeia. Já a Associação dos Revendedores de Combustíveis de Bauru e Região (Arcomb) afirma que a transferência do acréscimo é necessária para permitir que os proprietários dos estabelecimentos tenham capital de giro para comprar os derivados do petróleo com o novo valor.

Conforme o JC noticiou, nesta quarta-feira (16), o preço médio nas refinarias de venda do litro de gasolina subiu R$ 0,41, chegando a R$ 2,93. Já o diesel recebeu a elevação mais expressiva, de R$ 0,78 por litro, sendo comercializado para as distribuidoras por R$ 3,80.

Para se ter ideia, na semana passada, o diesel S10 era vendido na cidade, em média, por R$ 5,09. Contudo, na tarde desta quinta-feira (17), a reportagem encontrou o produto por R$ 6,46. Já o litro da gasolina comum chegava a valer R$ 5,83, sendo que, na semana passada, o produto era vendido no município, em média, por R$ 5,22.

Em nota enviada ao JC, a ANP explica que estudos sobre a assimetria na transmissão de preços (ATP) apontam para uma variedade de razões que podem explicar o fenômeno do repasse dos reajustes nos preços dos combustíveis ao longo da cadeia produtiva, nos mais diversos mercados; mas ressalta que cada agente econômico tem liberdade para estabelecer suas margens de comercialização. "Ademais, é inadequado esperar que os percentuais de reajuste (positivos ou negativos) sejam repassados, na mesma proporção e ao mesmo tempo, aos demais elos da cadeia, uma vez que o combustível constitui apenas uma parcela do valor final do produto", pondera.

Por outro lado, Edivaldo Tuschi, presidente da Arcomb, afirma que os proprietários de postos de combustíveis repassam o aumento para as bombas assim que o reajuste é anunciado porque, caso contrário, eles não conseguem comprar o produto com o novo preço.

"Mesmo porque as companhias (distribuidoras) não vendem o produto para a gente encher os tanques, formar um estoque, equilibrar nosso capital de giro. Eles limitam a quantidade e, muitas vezes, nem entregam, dizendo que não têm produto. Então, com um aumento de R$ 0,78, se você não repassar um pouquinho para o estoque que você tem, você não consegue recomprar", declara. "Eles (distribuidores) passam esse valor que o governo repassa instantaneamente. Por isso eles seguram o estoque. Agora, estão errados? Não estão, porque vivemos em um País capitalista. É assim que funciona", conclui Tuschi.

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