COLUNISTA

O criador de tudo e de todos

Por Carlos Brunelli | 12/08/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Igreja Batista do Estoril

Se você nunca leu, deveria conhecer o livro de Juízes, do Antigo Testamento. Há certa divergência na datação do livro, com estudiosos de uma corrente o posicionando no século XII a.C, enquanto outros entendem ser ele provavelmente do século XIV a.C. De qualquer forma, estamos falando de episódios ocorridos há mais de três mil anos e que, de alguma maneira, demonstram que a essência das atitudes humanas não mudou tanto assim. O livro abrange um período de 325 anos da história do povo hebreu em suas lutas para tomar posse da terra prometida, e cada um de seus 21 capítulos em nada fica devendo àqueles programas sensacionalistas e sanguinários da TV, especializados em notícias policiais, onde casos escabrosos, crimes terríveis e assustadores desfilam pela tela.

Outra característica interessante são duas frases que se repetem em vários momentos do livro: "Os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor" e "Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais certo". Elas conferem uma noção bastante esclarecedora do porque de tanta maldade; de inúmeros casos de idolatria, poligamia, sodomia, perversão, engano, e morte. Tudo em razão da inobservância aos mandamentos de Deus e às tomadas de decisão por conta própria, sem consulta aos propósitos do Senhor, em desafiadora e perigosa soberba que beira a egolatria.

Ora, Deus é o Criador dos céus, da terra e de tudo que neles há, aí incluídos eu, você e todos os seres humanos. Como um pai zeloso ele dá amor a seus filhos, mas também os disciplina no momento da desobediência. Ele mostra o caminho a seguir e segura nossa mão para não cairmos ao tropeçar; porém ele age com justiça ante nossa indisciplina e insubordinação. Sua graça não é baseada no que o homem merece, mas no que o homem precisa.

Nossa natureza pecadora quer ir contra os ditames divinos, fazer tudo segundo nosso entendimento e vontade, mostrar ao mundo que somos suficientes e donos do nosso nariz, quando não da verdade, pois fazemos aquilo que achamos mais certo. Mas ao primeiro sinal de que as coisas tendem a dar errado, porque é mau aos olhos do Senhor, corremos a pedir socorro ao nosso protetor. Assim também eram os hebreus na época dos juízes, apelando ao perdão divino a cada consequência nefasta de sua rebeldia.

Juízes é um livro sobre o reincidente declínio ao pecado - individual e coletivo - e suas consequências. Sobre os muitos atrativos que a sociedade oferece, como riquezas, aceitação, poder e influência, aos que adotam os costumes praticados ao seu derredor. Porém também é um alerta de que se excedermos em nossa independência, valorizando mais nossos impulsos do que a dedicação e submissão a Deus, a derrota é certa.

Através das Sagradas Escrituras, Deus nos ensina a sempre dar prioridade a ele em nossas vidas e sobre todos os nossos desejos, e está sempre pronto, em sua infinita misericórdia, a resgatar os corações perdidos quando reconhecemos a importância de servi-lo sob quaisquer circunstâncias. Esse ensinamento precisa ser transmitido a nossos filhos, assim como estava orientado pelo Senhor, ao povo de Israel, nas Escrituras: "Estas palavras falará a seus filhos quando estiver sentado em casa, andando pelo caminho, ao deitar-se e ao levantar" (Deuteronômio 6.7).

Este é o papel que se exigia outrora e se recomenda aos pais hoje em dia. A geração atual está envolta por indústrias que produzem uma corrente ininterrupta de astros e estrelas que meteoricamente atingem o topo, mas com a mesma velocidade desaparecem, estabelecendo uma cultura de imediatismo e de descarte. Tudo é muito fluido e sem sentido. Mas a Palavra de Deus é sólida, perene, eterna. "Ensine a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, dele não se desviará" (Provérbios 22.6).

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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