COLUNISTA

Dia dos Pais

Por Dom Caetano Ferrari | 12/08/2023 | Tempo de leitura: 4 min

Bispo Emérito de Bauru

Neste mês vocacional, este domingo é Dia dos Pais. Somos convidados a contemplar a vocação à vida em família à luz da mensagem cristã. Recentemente a Igreja vem chamando a nossa atenção para a importância da família. O Papa Francisco publicou a Exortação Apostólica pós-Sinodal "Amoris Laetitia" (A Alegria do Amor) sobre o amor na família. Na introdução o Papa afirma que: "Esta Exortação adquire um significado especial no contexto do Ano Jubilar da Misericórdia, em primeiro lugar, porque a vejo como uma proposta para as famílias cristãs, que as estimule a apreciar os dons do matrimônio e da família e a manter um amor forte e cheio de valores como a generosidade, o compromisso e a fidelidade; em segundo lugar, porque se propõe a encorajar todos a serem sinais de misericórdia e proximidade para a vida familiar, onde esta não se realize perfeitamente ou não se desenrole em paz e alegria" (N.5). O Papa augura que cada pessoa, "através da leitura desta Exortação, sinta-se chamado a cuidar com amor da vida das famílias, porque elas 'não são um problema, são sobretudo uma oportunidade'" (n.7). Diz ainda o Papa que: "Apesar dos numerosos sinais de crise no matrimônio o desejo de família permanece vivo nas jovens gerações. Como resposta a este anseio, 'o anúncio cristão que diz respeito à família é deveras uma boa notícia'" (n.1). Em todos os tempos, a família, comunidade de vida e amor como a definiu o Concílio Vaticano II (cf. Gaudium et Spes, 45), é tesouro e patrimônio da humanidade. É deste modo que a Igreja, desde sempre, nos ensina. Por isso, cuidar da família, defendê-la, evangelizá-la é tarefa primordial da Igreja contra os ataques que a instituição família vem sofrendo pela cultura secularista e sem Deus que a afeta negativamente. O Diretório Pastoral Familiar da CNBB-79 esclarece que homem e mulher são chamados a viver a comunhão de amor à imagem de Deus-Trindade impressa no ser humano desde a sua criação, porque à imagem e semelhança de Deus foi criado. Aqui está a razão fundamental de sua dignidade. O Diretório pontua que o matrimônio, desde a criação do homem e da mulher, é projeto de Deus, obra predileta nesse projeto de amor. Não é criação humana, nem do Estado, nem da Igreja. Está constitutivamente ligado à essência do homem e da mulher, para o bem pessoal e da comunidade. Acentua que as duas finalidades do matrimônio previstas na Bíblia são: de um lado, a realização plena de cada um, homem e mulher, tanto na sua dimensão corpóreo-sexual quanto na sua realidade afetiva e espiritual; e, de outro, a geração e educação dos filhos (cf. ns.45-71). Quanto à tarefa formativa dos filhos, o Diretório ressalta que pai e mãe devem assumir o compromisso mútuo e complementar, numa pedagogia que junta a firmeza e disciplina do homem e a ternura e amabilidade da mulher. Por isso: "O pai não pode descuidar seus deveres de educador com a desculta de que sua função é trabalhar para sustentar a casa ou de que a tarefa da educação dos filhos é obrigação da mãe ou de algum parente" (n.128). Pois bem, nesta data tem início a Semana Nacional da Família, uma promoção da Igreja no Brasil impulsionada pela CNBB. Na nossa Diocese começa também a Semana Diocesana da Família. O Setor Pastoral da Vida e Família, movimentando especialmente a Pastoral Familiar e os movimentos em prol da família, engaja-se com nossas Paróquias e Comunidades para apoiar e promover ações, sobretudo de oração, reflexão e serviço de caridade às famílias em geral e em particular às famílias "feridas" carentes de misericórdia. O tema desta Semana Diocesana da Família é "Família: Fonte de Vocações". O lema é "Corações ardentes, pés a caminho" (Lc 24,32-33). No próximo domingo, dia 20/8, tem início às 8h00, saindo do Vitória Régia, a grande Caminhada da Família, um evento tradicional em Bauru.

Na santa Missa deste domingo Mateus narra que Jesus andou sobre as águas, indo ao encontro dos apóstolos, porque a barca ameaçava soçobrar por causa do vento forte que agitava as ondas - Mt 14,22-33. Mateus destaca em Pedro a fraqueza de sua fé. Obedecendo a uma ordem de Jesus, Pedro começou a andar sobre a água, porém, demonstrando medo pela força do vento, começou a afundar e, então, gritou a Jesus: "Senhor, salva-me!" Jesus segurando-lhe a mão, puxou-o para fora da água e lhe disse: "Homem fraco na fé, por que duvidaste?" Depois que subiram no barco, o vento se acalmou. E todos se prostraram diante de Jesus e lhe disseram: "Verdadeiramente, Tu és o Filho de Deus!" Diante das dificuldades e provações da vida, segure firme na mão de Jesus que o encorajará com estas palavras: "Coragem. Sou Eu. Não tenhais medo!" Ó Deus, nosso Pai, abençoai nossos pais e famílias. Concedei a todos nós um coração de filhos para que possamos viver e rezar com fé a oração que Jesus nos ensinou: "Pai nosso..."

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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